Uma ocasião de leve embaraço e moderada frustração se transformou em um pequeno e importante lembrete de Nosso Senhor
Ricardo Sanches / Aleteia
Recentemente, fiz parte de uma trilha de tamanho até razoável com um amigo próximo na Suíça. O plano era caminhar por toda ela, mas fomos impedidos pela neve. Em um trecho, a neve era muito profunda. Em outro, a encosta nevada estava muito traiçoeira. No final, voltamos para casa com 175 km em nosso currículo (de 380 km, no total).
Verdade seja dita, fiquei desapontado por não terminar o roteiro projetado. Seria uma grande maneira de dizer adeus ao belo país que havia sido seu lar nos últimos três anos. Em vez disso, foi uma ocasião de leve embaraço e moderada frustração. Poderia atribuir isso a uma mera desventura, mas não foi.
Um breve encontro no início da viagem trouxe esse alívio. No primeiro dia de trilha, meu amigo e eu estávamos caminhando pela cidade de Sargans a caminho da vila de Weisstannen. Paramos na igreja paroquial para fazer nossa hora santa antes de entrarmos no convento dos capuchinhos para uma breve visita. Quando estávamos saindo da cidade, fomos parados pelo som de sinos – não grandes sinos de igreja, pequenos sinos de mão.
Olhamos para a rua e vimos uma procissão eucarística se aproximando de nós em estado solene. Paramos, tiramos os chapéus, ajoelhamo-nos quando eles passaram e seguimos em frente.
Enquanto a procissão voltava para a igreja paroquial da cidade vizinha, comentei com meu amigo que havíamos acabado de testemunhar algo especial. As chances de nosso caminho se cruzar com a procissão eram muito pequenas, devido ao nosso percurso e ao declínio da piedade católica na Suíça. No entanto, ao partirmos, o Senhor achou por bem nos dar um pequeno lembrete.
Pois enquanto nossa caminhada estava orientada para um objetivo – um objetivo que acabou não sendo alcançado – o Santíssimo Sacramento nos deu uma perspectiva sobre o verdadeiro fim que está sempre reservado para todos. Embora façamos o progresso apreciável para o qual nos propusemos, Cristo vem sempre em busca de um caminho destinado a cruzar o nosso.
No final, a caminhada de nossa vida, com seus cumes e vales, será frutífera se pudermos parar, tirar nossos chapéus, ajoelhar-nos quando Ele passar e depois seguir em frente.