Mesmo hoje, numa Argentina cada vez mais agressiva para com a fé que a viu nascer, as cores que unem o povo são as da Imaculada Conceição de Maria
Esteban Pittaro / Aleteia
A Argentina comemorou neste 20 de junho o seu dia da bandeira, em homenagem ao falecimento do seu criador, Manuel José Joaquín del Corazón de Jesús Belgrano (1770-1820).
A tradição do país sempre invocou três origens possíveis para as cores da bandeira: conforme cada teoria, o azul e o branco remeteriam ao céu, às cores da família real espanhola Bourbon ou ao manto da Santíssima Virgem venerada como a Imaculada Conceição.
Esta última, de fato, é a mais difundida das três teorias, devido à profunda devoção mariana do criador da bandeira. Como quer que seja, as outras duas teorias também estão relacionadas com esta, já que o manto da Imaculada Conceição evoca as cores do céu, que, por sua vez, inspiram as cores da dinastia Bourbon.
Belgrano ordenou que a bandeira fosse feita nas cores da Imaculada Conceição. Com a declaração da independência argentina em 1816, estipulou-se que as cores da pátria nascente seriam as mesmas propostas por Belgrano, para diferenciar-se das que caracterizavam os monarquistas.
Costuma-se associar Belgrano com Nossa Senhora de Luján, padroeira da Argentina, dada a devoção que ele de fato lhe dedicava. No entanto, a tradição também relata visitas frequentes do prócer argentino a Nossa Senhora da Boa Viagem, outra devoção mariana que homenageia a Conceição Imaculada e à qual se confiavam aqueles que precisavam viajar e atravessar os campos e seus perigos. O próprio Manuel Belgrano o fazia, hospedando-se numa estalagem situada em uma rua que hoje leva o seu nome.
A bandeira que Belgrano criou com as cores da Imaculada Conceição foi imediatamente assumida pelo nascente povo argentino. Outro patriota histórico, Domingo French, proclamaria a seus soldados, poucos meses depois: “A partir de agora somos o Regimento da Santíssima Virgem. Jurando à nossa bandeira, parecer-vos-á que beijais seu manto”.
Mesmo hoje, numa Argentina cada vez mais agressiva para com a fé que a viu nascer, as cores que ainda unem e representam o seu povo e até provocam emoções inexplicáveis antes de grandes eventos esportivos são as da Imaculada Conceição de Maria.