“No sinal do escapulário está contida uma síntese evocativa da espiritualidade mariana que anima a piedade dos crentes, estimulando sua sensibilidade à presença amorosa de Nossa Senhora, a Mãe, em suas vidas” – disse São João Paulo II. Veja aqui:
Anna Gębalska-Berekets / Aleteia
O que é o escapulário? O escapulário é uma parte do hábito que cobre os ombros, as costas e o peito. Para os leigos, são dois pedaços de tecido de lã unidos com fitas, que trazem a imagem do Sagrado Coração de Jesus e de Nossa Senhora do Carmo.
Segundo a tradição, o escapulário foi dado por Maria ao carmelita Simão Stock como sinal de amor e cuidado especiais. Qual é a história do escapulário, quais são as condições para seu recebimento e como se preparar para ele?
O manto de Maria
O escapulário é chamado de vestimenta ou sinal de Maria, uma expressão da aliança feita com ela. Originalmente, fazia parte da vestimenta monástica usada em quase todas as ordens religiosas, uma espécie de avental protetor contra sujeira. No sentido místico, é um pedaço do manto de Nossa Senhora sob o qual se refugiar em todas as dificuldades.
A tradição de usar o escapulário
O escapulário foi usado por muitos santos, incluindo São João Bosco, São Maximiliano Maria Kolbe, São João Maria Vianney, São Vicente de Paulo, Santo Afonso Maria Ligório e Santa Bernadete Soubirous. A história do escapulário é longa e remonta a meados do século XIII e está associada aos Irmãos da Bem-Aventurada Virgem Maria do Monte Carmelo.
Segundo a tradição, a Sagrada Família passou pelo Monte Carmelo quando fugiu de Herodes com Jesus para o Egito. Por muitos séculos, a vida contemplativa foi conduzida ali por eremitas que se consideravam herdeiros espirituais do profeta Elias. A perseguição os forçou a deixar o Monte Carmelo. Então, eles se mudaram para a Europa. Durante esse período difícil, São Simão Stock, Superior Geral, pediu a Maria pela sobrevivência da Ordem.
Na noite de 15 para 16 de julho de 1251, a Santíssima Virgem Maria apareceu a ele. Ela lhe prometeu evitar o fogo do inferno para aqueles que usassem, como ele, essa peça carmelita. Ela entregou ao monge um escapulário e disse: “Receba, filho, o escapulário de sua ordem. Quem morrer com ele não experimentará o fogo do inferno”.
Um sinal de aliança com Nossa Senhora
Com o recebimento do escapulário, surge um desejo consciente de confiar-se a Nossa Senhora, bem como uma ação concreta. Trata-se de tomar a decisão de compartilhar a vida cotidiana com Maria, de imitar seu estilo de vida e seu relacionamento com Deus.
A imposição cerimonial do escapulário é feita somente por um clérigo. No dia de seu recebimento, é escolhida uma das orações que, a partir de então, será recitada diariamente. Geralmente é “Sob a vossa proteção“. É bom estar em um estado de graça santificante nesse momento. O escapulário é usado dia e noite. Seu uso foi incentivado por muitos papas, entre eles o já mencionado João Paulo II, que era devoto de Nossa Senhora do Escapulário.
Em 1322, Maria apareceu a João XXII. Ela garantiu que todos os que usassem dignamente o escapulário seriam salvos do purgatório, no primeiro sábado após a morte. Ela prometeu que quem morresse vestido com o santo escapulário não experimentaria o fogo do inferno.
O Papa Pio X permitiu que o escapulário de pano fosse substituído pelo medalhão escapulário, por ser mais prático. Ele é usado por religiosos, mas também por leigos. O escapulário pode ser recebido validamente por qualquer religioso ou padre ou diácono diocesano, usando um rito aprovado pela Santa Sé. O escapulário pode ser adquirido em qualquer mosteiro carmelita ou em lojas e livrarias católicas.