Com a sua Ascensão, “Jesus culminou sua glorificação sentado à direita do Pai, como Senhor e juiz, que virá glorioso no fim dos tempos, para julgar os vivos e os mortos”
Cynthia Perez / ACI Digital
A Solenidade da Ascensão do Senhor, que será celebrada no próximo domingo (21), lembra que “o Céu é a nossa meta”, disse o bispo de Córdoba, Espanha, dom Demetrio Fernández.
Em uma mensagem de vídeo publicada no ano passado, dom Fernández recordou que os católicos celebram “a festa da Ascensão de Jesus Cristo ao céu”, quando “quarenta dias depois de sua ressurreição, Jesus reuniu seus apóstolos e, diante deles, foi elevado ao céu até que o perderam de vista”.
Com a sua Ascensão, “Jesus culminou sua glorificação sentado à direita do Pai, como Senhor e juiz, que virá glorioso no fim dos tempos, para julgar os vivos e os mortos”, disse Fernández. “Para o cristão, olhar para o Céu significa dirigir o seu coração para aquela feliz situação que Deus preparou para cada um de nós, e na qual Jesus nos precede”.
Para o bispo, atualmente existem dois “obstáculos principais” que nos impedem de olhar para o céu como meta: o prazer de viver na terra e as ideologias de base marxista de nossos tempos.
Sobre o primeiro obstáculo, disse que “a vida agradável neste mundo nos faz esquecer o Céu”, porque “nos parece que estaremos melhor na terra aproveitando o que a vida pode nos oferecer”.
“Se nos falam do Céu, concordamos, mas pensamos que o Céu pode esperar e agora que nos deixam desfrutar dos bens da terra. Uma vida construída em torno do prazer não tem interesse no Céu; só se lembra do céu quando chega a frustração ou a contrariedade”, disse.
O segundo obstáculo, segundo o bispo espanhol, é “a visão materialista da vida e da história, que leva à negação de Deus e do Céu” e que está presente no “marxismo, uma das ideologias predominantes hoje”, onde se pensa que “falar do Céu é como uma evasão ao compromisso de transformar este mundo”.
Os marxistas, disse ele, consideram falar sobre o Céu “como uma alienação, como um obstáculo ao desenvolvimento. E às vezes os cristãos caem nessa ideologia e são privados do gozo antecipado do céu que esperamos”.
No meio desta realidade, o bispo espanhol disse que a Ascensão do Senhor ao Céu é uma “festa de alegria para o cristão, porque sabe que o caminho aberto por Jesus é a estrada pela qual devemos caminhar”.
Para os católicos, “saber que a alegria nos espera no final faz com que a gozemos desde agora com esperança”, pois “a certeza da vida além da morte, e de uma vida feliz com Deus para sempre, é uma fonte constante de força diante das dificuldades da vida, que não faltam”, disse ele.
Dom Fernández disse que “na festa da Ascensão celebramos Cristo”, cabeça da Igreja e da humanidade, pois o que aconteceu com ele é “um anúncio e uma prévia do que acontecerá a todos nós”.
Dom Fernández disse que isso já aconteceu com a Virgem Maria em sua Assunção ao Céu em corpo e alma, festa que celebramos no dia 15 de agosto. A Mãe de Deus foi “glorificada também em seu corpo humano, como o nosso”, e Ela “é uma antecipação de toda a humanidade, que um dia será glorificada como ela”, disse ele.
Dom Fernández também disse que antes de sua Ascensão, Jesus disse a seus discípulos: “convém a vós que eu vá! Porque, se eu não for, o Paráclito não virá a vós”, e disse que a “ausência visível e palpável de Jesus” é “um bem para nós”, porque o “jejum” aos nossos sentidos nos ajuda a aprofundar a sua mensagem.
Quando Jesus estava fisicamente na terra, “os seus contemporâneos viviam daquilo que viam e ouviam dele”, mas “o plano de Deus, para aqueles contemporâneos e para todos nós, é que tudo isto fique interiorizado nos nossos corações, e de dentro vá inundando todas as áreas da nossa vida, transfigurando-as”.
Finalmente, dom Fernández pediu para rezar pela Igreja, especialmente pelos comunicadores, que também celebrarão no domingo o “Dia Mundial das Comunicações Sociais”, para que “possam contar aos outros o que ouviram com o coração”.