Na liturgia, os gestos realizados destinam-se a unir alma e corpo no mesmo sentimento
Por Aleteia
Quem já assistiu a uma Missa de ordenação sacerdotal sabe que ela é tão longa quanto bonita (e solene)! Entre outros ritos especiais, antes da ordenação propriamente dita, os homens a serem ordenados deitam-se no chão enquanto todos rezam a Ladainha dos Santos: este é o momento chamado de prostração.
Simbolicamente este é o sinal da entrega total da própria vida a Deus. De fato, na liturgia, os gestos realizados destinam-se a unir alma e corpo no mesmo sentimento.
Um sinal de submissão
Na ordenação sacerdotal, depois da promessa dos eleitos, o bispo reza:
“Oremos, irmãos caríssimos,
a Deus Pai todo-poderoso,
para que conceda a abundância dos dons celestes
a este seu servo que Se dignou escolher
para o ministério…”
A assembleia invoca todos os eleitos que já vivem em Deus, poderosos intercessores para que os ordenandos recebam todas as graças necessárias para seu ministério. Os futuros sacerdotes, então, prostram-se ao chão, em sinal de submissão.
Sim, eles se humilham para que a consagração que se segue seja um presente, e não um poder, um serviço, não um privilégio. Uma atitude vivida por Cristo no Getsêmani:
“Adiantou-se um pouco e, prostrando-se com a face por terra, assim rezou: ‘Meu Pai, se é possível, afasta de mim este cálice! Todavia, não se faça o que eu quero, mas sim o que tu queres.’”
(Mateus 26,39)
Mediadores entre o Céu e a terra
De fato, é Deus quem faz sacerdotes e lhes dá a força necessária para que o mandamento do amor possa ser vivido no mundo.
Eles responderam livremente a um chamado de Deus, mas eles sabem – e seu corpo o expressa – que são mediadores entre a terra e o Céu. Além disso, sua silhueta alongada não representa, por analogia, essa ponte entre o homem e Deus?
Diáconos e bispos
Os diáconos e bispos, no dia da ordenação, também rezam de bruços durante a invocação dos santos. Um momento impressionante, especialmente para aquele que deve ser ordenado.
Um seminarista que se tornou padre em 25 de junho de 2022 lembra que este foi “um momento muito forte de abandono ao Pai”. Ele acrescentou: “A pessoa se encontra ali, sozinha com Aquele a quem oferece sua vida”.
Como muitos padres embelezam a Igreja nestes dias com o dom de suas vidas, façamos nossa própria oração, a mesma que conclui a ladainha dos santos e a prostração:
“Senhor nosso Deus,
ouvi as nossas preces:
derramai sobre este vosso servo
a abundância da graça sacerdotal
e fazei descer sobre ele
o poder da vossa bênção.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo. Amém.”