O Evangelho de Mateus narra: “Tendo, pois, Jesus nascido em Belém de Judá, no tempo do rei Herodes, eis que magos vieram do Oriente a Jerusalém. Perguntaram eles: ‘Onde está o rei dos judeus que acaba de nascer? Vimos a sua estrela no Oriente e viemos adorá-lo”
Por ACI Digital
A Igreja celebra a Solenidade da Epifania do Senhor no dia 6 de janeiro. Este dia recorda a chegada dos Reis Magos a Belém para adorar o Menino Jesus. No Brasil, esta festa é sempre transferida para o domingo mais próximo e, por isso, será celebrada no próximo dia 8 de janeiro.
Num artigo publicado no jornal National Catholic Register, do grupo de comunicação católica EWTN ao qual pertence ACI Digital, monsenhor Charles Pope, decano e sacerdote da arquidiocese de Washington D.C., reflete sobre as etapas da viagem que os Três Reis Magos empreenderam até Belém e exorta os católicos a dar passos no seguimento de Cristo.
Pope recorda que o Evangelho conta “como os Magos viajam por etapas da luz de uma estrela até a brilhante e gloriosa Luz de Jesus Cristo”. Através dessas cinco etapas, eles passam de “ser meros magos para se tornarem, pela graça de Deus, homens sábios”, acrescentou.
1 – A etapa da “chamada”
O Evangelho de Mateus narra: “Tendo, pois, Jesus nascido em Belém de Judá, no tempo do rei Herodes, eis que magos vieram do Oriente a Jerusalém. Perguntaram eles: ‘Onde está o rei dos judeus que acaba de nascer? Vimos a sua estrela no Oriente e viemos adorá-lo”.
Monsenhor Pope diz que o termo “magos” se refere a “homens eruditos, talvez sejam astrônomos antigos”, mas enfatiza que “sua identidade principal é que eles são gentios”.
Ele diz que “até esse momento da história do Natal, apenas os judeus haviam sido chamados a Belém”. Por isso “é claro que o Evangelho se estende a todo o mundo” e que é “uma chamada plena à Igreja, que tem necessidade tanto de judeus como de gentios”.
Ele diz que “Deus os chama por meio de algo no mundo natural: uma estrela”, e convida os fiéis a se perguntarem: “Qual é a ‘estrela’ que Deus usou (e usa) para chamar você?” e “Quem são as estrelas em sua vida pelas quais Deus o chamou?”
“Talvez tenha sido a Escritura, uma igreja magnífica ou uma música inspiradora; porém, é mais comum que Deus use alguém em nossa vida para nos alcançar: um pai, um familiar, um amigo, um padre, uma religiosa ou um leigo devoto”, lembra.
2 – A etapa da “constância”
Em seu artigo, monsenhor Pope menciona que “ao chegar a Jerusalém, os Reis Magos encontraram uma situação bastante confusa e desanimadora: Herodes não sabia nada sobre o nascimento deste novo rei”; e, “ainda mais desconcertante”, viram que “os líderes religiosos convocados pareciam pouco entusiasmados com o rei recém-nascido”.
Depois de receberem a informação de onde seria o nascimento de Cristo, os Reis Magos perceberam que não havia “alegria” no povo, nem “nenhuma convocação para lhes dizer que finalmente nasceu um Messias tão esperado, nem sequer mais perguntas!”.
“Mas os magos perseveraram em sua busca. Eles não desistiram! Hoje, muitos encontraram seu caminho para Cristo, embora pais, clérigos e outros que deveriam tê-los levado a Jesus estivessem dormindo, ignorantes ou pecadores”.
3 – A etapa da “confissão”
O Evangelho continua: “Tendo eles ouvido as palavras do rei, partiram. E eis que a estrela, que tinham visto no Oriente, os foi precedendo até chegar sobre o lugar onde estava o menino e ali parou […] Entrando na casa; acharam o menino com Maria, sua mãe. Prostrando-se diante dele, o adoraram”.
A este propósito, recorda que “os magos partiram e continuam seguindo o chamado de Deus através da estrela”, e diz que “se ‘prostram’ diante de Jesus”.
“A palavra grega utilizada é prosekunēsan, que significa ‘prostrar-se em adoração'”, diz o padre acrescentando que é “uma confissão de fé” que chama a refletir sobre se “a sua fé é uma fé real ou apenas uma observância superficial”, e encoraja-nos a “buscar os efeitos de uma fé real e salvífica”.
4 – A etapa do “custo”
Depois de adorar o Menino Jesus, diz monsenhor Pope, “os magos sentem-se impelidos a dar três presentes simbólicos que mostram algo do que a verdadeira fé inclui”. Também diz que esses três presentes: ouro, incenso e mirra, são “caros”.
“O ouro simboliza todas as nossas posses. O incenso representa o dom da adoração. A mirra, um unguento funerário, prefigura a morte de Jesus. Esses três presentes são muito simbólicos. Os magos estão mostrando os frutos da fé salvadora”, diz, e incentiva a fazer a seguinte pergunta: “Estou disposto a cobrir o custo de nosso seguimento a Cristo?”.
5 – A etapa da “conversão”
O Evangelho diz: “Avisados em sonhos para não tornarem a Herodes, voltaram para a sua terra por outro caminho”. Sobre isso, Pope diz que nesta etapa está a “evidência essencial para a fé: a conversão”.
“Esses Reis Magos agora caminham de maneira diferente e não voltam para casa da mesma forma que vieram. Eles deram a volta (‘conversio’). Eles caminham pelo caminho reto e estreito que leva à vida, em vez do caminho largo que leva à condenação. Já não são meros magos, agora são sábios!”, conclui.