Orquestra Maré do Amanhã se apresentará no Santuário Basílica de São Sebastião no dia 17 de dezembro

Há cinco anos, em uma das suas oportunidades internacionais, o grupo foi convidado a se apresentar para o Papa Francisco no Vaticano

Integrantes da Orquestra Maré do Amanhã: projeto que deu certo.

Pascom Capuchinhos RJ

A Orquestra Maré do Amanhã, projeto nascido há doze anos no Complexo da Maré (RJ), se apresentará no Santuário Basílica de São Sebastião no próximo dia 17 de dezembro, sábado, após a missa das 17h, mesmo dia da Confraternização de Natal do Santuário Basílica.

Criado em agosto de 2010, o Projeto Orquestra Maré do Amanhã ensina música clássica a crianças e adolescentes de uma das mais violentas favelas do Rio de Janeiro. Ela é considerada o braço profissionalizante cujo diferencial é não ser apenas um projeto social, mas oferecer uma oportunidade real de mudança de vida para seus alunos, preparando cada um deles para o mercado de trabalho, enquanto evita que sejam arregimentados pelo tráfico de drogas.

Integrantes da Orquestra Maré do Amanhã: concerto e encontro com o Papa Francisco.

O Projeto Orquestra Maré do Amanhã

Logo após a sua inauguração e com apenas três meses de trabalho, as crianças apresentaram um resultado fantástico, realizando seis apresentações no final do ano de 2010. Depois vieram o apoio de grandes empresas como Assim Saúde e Vivo/Telefônica, permitindo que o projeto se expandisse de forma a não deixar uma só criança matriculada em uma pré-escola sem atendimento. Hoje, com o apoio destas e mais da Cielo, da TV Globo, da Technip da Ecoponte e do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), os jovens musicalizaram cerca de 3.500 crianças, adolescentes e jovens, atendendo todos os Espaços de Desenvolvimento Infantil (EDIs) da Maré.

Ao longo destes oito anos eles mantiveram no coração o sonho de mudar o parâmetro de admiração destas crianças. Uma criança em uma comunidade busca o mesmo que qualquer criança: ser respeitada, ser reconhecida, obter respeito, status, além de ganhar dinheiro. Quem numa comunidade alcança este status facilmente? Nem é preciso dizer em quem os pequenos se espelhavam para atingir esses objetivos.

Os pequenos hoje se espelham nos “tios”, que são respeitados na comunidade, têm status, estão sempre na televisão e já recebem por seu trabalho como professores. É com dedicação e vontade de fazer a diferença interna e externamente que a OMA trilha um caminho de sucesso.

A orquestra já marcou presença em alguns dos palcos mais prestigiados do Rio de Janeiro, entre eles o Theatro Municipal do Rio de Janeiro, a Sala Cecília Meirelles e até mesmo o do Réveillon de Copacabana, onde a orquestra se apresentou para mais de 2,5 milhões de pessoas.

Em 2015, nove dos alunos integraram a Orquestra Binacional Brasil X Venezuela no Festival Villa-Lobos, com o conceituado El Sistema, em Caracas. Além do intercâmbio artístico, tiveram a oportunidade de aprender com músicos experientes e, certamente, importar esse conhecimento para seus colegas que os aguardavam no Rio de Janeiro.

Músicos da OMA: dedicação e vontade de fazer a diferença interna e externamente.

No ano seguinte o grupo realizou uma turnê pelo Nordeste, passando por escolas públicas de Natal, Recife, Maceió e Aracaju, certamente mostrando para aquelas crianças como a música pode transformar vidas. E como não poderia faltar, também passaram por São Paulo, onde tocaram com Gilberto Gil no evento “Google for Brasil 2018”, no Auditório do Ibirapuera.

Em sua segunda oportunidade internacional, a orquestra foi convidada a se apresentar para o Papa Francisco no Vaticano. A surpresa aconteceu em pleno “Domingão do Faustão”, resultando não apenas na experiência em si, mas em uma pequena turnê pela Itália, lar de grandes compositores e instrumentistas da música erudita ao longo da história.

Em 2018, o documentário “Contramaré”, dirigido pelo jornalista Daniel Marenco, traduziu com perfeição a identidade dos músicos. Resultado de meses de convivência e gravação, o trabalho, que mostra nosso dia a dia em nossa querida comunidade, foi eleito o Melhor Documentário no “São Paulo Film Festival”.

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