Posso mastigar a hóstia quando recebo a Eucaristia?

O que nós católicos temos que fazer ao comungarmos o Corpo de Cristo?

Foto: Thiago Leon

Por Aleteia / Alberto Andrade

Ponto alto da nossa fé católica, a Santa Eucaristia representa todo o bem espiritual da Igreja, o próprio Cristo, o Pão vivo. É o sacrifício do Corpo e do Sangue do Senhor Jesus, que Ele institui para que fosse celebrado até o fim dos tempos.

Cada vez que o Sacerdote na Missa diz as palavras da Consagração, realiza-se o milagre da Eucaristia; o que era pão e vinho, agora sob essa aparência, o Corpo e o Sangue de Cristo.

No Santíssimo Sacramento estão “contidos verdadeiramente, realmente e substancialmente o Corpo e o Sangue juntamente com a alma e a divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo e, por conseguinte, o Cristo todo; está presente nela de modo sacramental, isto é, sob as espécies eucarísticas do pão e do vinho” (CIC 1374)

Em alguma vez, você já deve ter ouvido que “não se deve mastigar a Eucaristia como chiclete” ou mesmo considerarem um erro mastigar a Eucaristia em vez de deixá-la dissolver em sua boca. Para esclarecer esta dúvida, podemos ver no próprio Evangelho, quando Jesus institui a Eucaristia.

“Durante a refeição, Jesus tomou o pão, benzeu-o, partiu-o e o deu aos discípulos, dizendo: ‘Tomai e comei, isto é o meu corpo'” (Mt 26,26). Cristo quis ser pão feito de trigo plantado, colhido, triturado e transformado em pão, que é comido, mastigado e engolido.

Foto: Rian Torres – A12

Antigamente, o pão eucarístico era feito pelos próprios fiéis, trazido de casa e oferecido por eles, na missa (ofertório). Esse pão era fermentado e tinha o formato de rosca, sendo trançado como uma coroa. Foi somente a partir do século IX que a Igreja no Ocidente (rito latino) começou a introduzir o uso de pães ázimos no rito eucarístico.

A pequena hóstia branca não existia no primeiro milênio da cristandade. O pão era repartido para poder ser distribuído aos fiéis. Somente a partir do século XXII é que começou-se a produzir a hóstia fina e pequena, como a conhecemos hoje.

Brett David Salkeld, teólogo da Arquidiocese de Regina, nos Estados Unidos fala que “a ideia de que Cristo pode sofrer o que quer que aconteça com a hóstia é bastante difundida em alguns círculos católicos, demonstrada mais famosa por anedotas sobre crianças sendo instruídas a não morder a hóstia por medo de que Cristo fosse ferido por seus dentes”. Ou seja, como Cristo está ressuscitado em Sua glória, ele não pode ser mais ferido de forma alguma.

Rian Torres – A12

Nesta participação na Rádio Aparecida, Padre Carlinhos Melo, da Arquidiocese de Aparecida, nos orienta sobre o hábito de comer ou não a Hóstia.

“Essa ‘proibição’ em morder a hóstia é algo antigo. A gente sim, ao receber a Eucaristia, pode mastigar a hóstia! Estamos nos alimentando do Corpo e do Sangue de Cristo, nesse momento de oração e silêncio porque Jesus está presente de forma especial em nossa vida”, disse

Mastigando a Sagrada Hóstia ou não, o que devemos garantir é que a engulamos, já que a Sagrada Eucaristia é o alimento espiritual, e, para recebê-lo, é necessário come-lo. Se quiséssemos que a Sagrada Hóstia se dissolvesse completamente na boca, de modo que já não conservasse as aparências de pão, não receberíamos a Sagrada Comunhão nem as graças que esse sacramento nos concede.

O que é exigido pela Igreja é que os católicos recebam a comunhão reverentemente. Isso significa se curvar antes de receber e dizer “Amém” em resposta ao “Corpo de Cristo” dito pelo padre ou ministro. E também estar em estado de graça. Porque a Eucaristia não é comida e bebida comuns, mas é o próprio Jesus Cristo!

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