Obra desmente calúnias contra o santo, como a de que teria tido um caso com a rainha da Espanha ou com uma freira
Aleteia / Francisco Vêneto
Estreia hoje, 6 de outubro, no Brasil, o filme “O Santo de Todos – A vida e missão de Santo Antônio Maria Claret”, sobre o fundador dos missionários claretianos – cuja história, aliás, sofreu adulterações durante muito tempo.
As adulterações vão “desde o seu local de nascimento até suas principais atividades”, além de alegações de que “ele teria um relacionamento com a rainha [da Espanha] ou com uma freira”.
Quem investigou essas adulterações foi o diretor do filme, o espanhol Pablo Moreno, que, ao estudar fontes diversas sobre a vida de Santo Antônio Maria Claret, notou que “algo não se encaixava”.
Em entrevista à agência de notícias ACI Digital, Moreno afirmou que uma das suas fontes principais para desvendar os fatos foi, surpreendentemente, um escritor espanhol que não era católico: Azorín, pseudônimo de José Augusto Trinidad Martínez Ruiz (1873-19670. De fato, observa Moreno, Azorín “era bem afastado da Igreja” e, portanto, não teria nenhum interesse em ocultar eventuais escândalos católicos. Na década de 1930, ao perceber que havia mentiras e erros nas histórias sobre o santo, começou a estudá-la a fundo e a fazer um trabalho de divulgação dos fatos. Foi com base no trabalho de Azorín que Pablo Moreno afirma ter construído o filme sobre Santo Antônio Maria Claret.
O diretor acrescenta que teve a ideia de levar a história de Claret aos cinemas depois de ter feito o filme “O Deus Proibido” (2012), sobre os mártires claretianos na Guerra Civil Espanhola (1936-1939).
Fatos fundamentais sobre Santo Antônio Maria Claret
- Nasceu na Espanha em 1807, trabalhou durante a adolescência e juventude na fábrica de tecidos da família e, ao completar 22 anos, entrou no seminário.
- Além da Espanha continental, foi pregador também nas Ilhas Canárias, onde fundou a Livraria Religiosa, criou associações e dedicou horas e horas todos os dias a ouvir confissões e dar direção espiritual.
- Profundo devoto da Imaculada Conceição, fundou em 1849 a congregação dos Missionários Filhos do Imaculado Coração de Maria, que vieram a ser conhecidos como missionários claretianos em referência ao sobrenome do fundador.
- Foi arcebispo de Santiago de Cuba.
- De volta à Espanha, tornou-se confessor da rainha Isabel II – esse período lhe rendeu calúnias, fofocas como a do suposto caso com a monarca e também críticas por acompanhar a realeza em viagens oficiais, na qualidade de confessor.
- Quanto mais ataques sofria, mais rezava.
- Morreu em 24 de outubro de 1870, foi beatificado em 1934 e canonizado em 1950.
O trailer do filme sobre Santo Antônio Maria Claret
Contribuição para os dias de hoje
Pablo Moreno afirma que o filme sobre Santo Antônio Maria Claret procura destacar a sua relevância para os tempos atuais:
“Acredito que ele tem muito a contribuir para os dias de hoje. Gosto muito de falar de Claret como alguém que transforma os lugares e as situações em perspectivas melhores”.