Ministro Provincial oficializa a continuação de Frei Jorge de Oliveira como Reitor e Pároco por mais 3 anos

O frade capuchinho tem especialização em Missiologia, Estudos Filosóficos e Teológicos pela Universidade Gregoriana de Roma

FREI JORGE: “Gosto de estar disponível e a vida capuchinha me permite isso”

Emilton Rocha / Pascom

O Ministro Provincial da Província Nossa Senhora dos Anjos, frei Arles Dias de Jesus, reeleito em   julho último, assinou, em 4 de outubro, Carta Circular em que oficializa a permanência de Frei Jorge Luiz de Oliveira por mais um período de 3 anos como pároco e reitor do Santuário Basílica de São Sebastião, localizado no Rio de Janeiro (Tijuca).

Frei Jorge: de técnico em edificações a capuchinho alto astral

Natural do Alto Rio Novo, Espírito Santo, divisa com Minas Gerais, na região do Vale do Rio Doce, Leste de Minas, frei Jorge nasceu em 15 de dezembro de 1955, filho de José Nóia de Oliveira e Maria Borges de Oliveira, família de 11 irmãos, oito homens e três mulheres, com dois irmãos falecidos.

Com especialização em Missiologia, Estudos Filosóficos e Teológicos pela Universidade Gregoriana de Roma, desde então seus cargos na Ordem foram: Guardião, Pároco, Diretor dos Pós Noviços e Ministro Provincial, entre 2007 e 2013.

– Tenho muitas lembranças da minha infância, pois sempre tive muitos amigos com quem eu gostava de estar junto, disse à Pascom. Toda sua extroversão esconde um lado tímido. “Eu não sou tão social e comunicativo”. Revela que foi uma criança feliz e ‘arteira’ e que ia para a escola contra a vontade, pois só queria brincar. O que mais o atraía eram as brincadeiras. “A cidade não tinha luz elétrica e a gente brincava muito. Tenho amigos até hoje que são daquela época. Sempre fui agitado, brincava de carrinho de rolimã, soltava pipa, brincava com pião, enfim todas as brincadeiras da época” – lembra.

Ficou ciente de sua vocação sacerdotal quando saiu de Mantena (MG) aos 19 anos de idade e foi estudar em Vitória (ES), morando com um dos irmãos. Fez um curso técnico de edificações, período em que participou na paróquia em Vitória. A partir dos 15 anos de idade participou intensamente de grupos jovens em Mantena, onde sua família mora até hoje. Com sua mãe foi fácil a revelação do chamado mas com o pai nem tanto, já o irmão ficou na dúvida. Mas com o tempo tudo ficou bem e o irmão está sempre com ele.

Naquela época, recorda, os grupos jovens eram muito grandes e faziam parte de uma pastoral coordenada por padres jesuítas. Era um trabalho muito organizado, segundo o frade. “Foi um movimento muito forte de participação e de presença na vida da Igreja”, recorda. Sua frequência em grupos jovens era muito forte onde participava de palestras e de outras atividades, o que fez aos poucos surgir nele a vontade de morar com os freis.

Mediante alguns conselhos, foi a um Encontro Vocacional e a partir daí tudo se encaminhou. Teve a experiência de morar um tempo em Santa Teresa (ES), onde auxiliava nos trabalhos de uma escola.

Em 29 de março de 1977, em Santa Teresa (ES), ingressava no Postulado tendo como Formador Frei José Corteletti e vice formador Frei Francisco de Manus. No ano seguinte, ingressou no noviciado na Tijuca (RJ), tendo como mestre de noviços Frei José Ubiratan Lopes, hoje bispo da Diocese de Itaguaí (RJ). Em 1979 emitiu seus primeiros votos religiosos. Ainda naquele ano, passou a residir em Petrópolis, no Convento Sagrado Coração de Jesus, cursando Filosofia e Teologia no Instituto Teológico Franciscano. Quatro anos após, foi ordenado sacerdote na cidade mineira de Mantena, pelas mãos de dom Antônio Eliseu Zuketo.

Aos 23 anos, ingressou na Ordem dos Frades Menores Capuchinhos, celebrando a Profissão Temporária um ano depois. Após três anos, efetivou a Profissão Perpétua – sua Ordenação Sacerdotal ocorreu em outubro de 1983. Celebrou sua Primeira Profissão Temporária em 1979 e a Ordenação se deu em 1979, juntamente com Frei Nemésio Bernardi, falecido em 2016, hoje em processo de beatificação e canonização aberto recentemente.

Para frei Jorge, ser capuchinho é viver a fraternidade no meio do povo e a itinerância, é não se apegar a nada, é enfrentar juntos as dificuldades e viver o dia a dia em função do trabalho. O frade morou em quase todas as casas da Província Nossa Senhora dos Anjos, excetuando a de Petrópolis.

“Gosto de estar disponível – e a vida capuchinha me permite isso –, então vou rezar, trabalhar, fazer parte do processo. Eu me sinto bem assim. A província sempre me apoiou e me ajudou quando enfrentei dificuldades e trabalho e familiar”, reconhece. Ele já foi provincial por duas vezes e pároco por mais vezes.

Frei Jorge nunca estudou nos colégios dos freis (ou dos padres, como eram conhecidos). Almejava embrenhar-se pela área da construção civil, como engenharia ou arquitetura. Todo o seu ensino fundamental foi no Colégio Presbiteriano, o seu ensino médio foi o Técnico, em Vitória. No fundamental, concluiu os estudos de Filosofia e Teologia em 1983.

Foi ordenado sacerdote em 1983. Esteve em Roma estudando, cursou o mestrado em Missiologia, na Universidade Gregoriana durante dois anos. A Missiologia é uma área da Ação Pastoral que prepara os missionários, a Catequese e a estrutura paroquial. O curso de Missiologia é eclesiástico, direcionado para missionários e pastores que desejam uma formação, se aprimorar ou adquirir conhecimento de Deus e de sua palavra. O curso prepara de maneira rápida e intensiva pessoas para administrar, pastorear, fundar e liderar igrejas, convenções, conselhos de pastores, etc.

– Quando cheguei no Santuário Basílica de São Sebastião, em novembro de 2019, num tempo muito curto começou a pandemia que veio a alterar todos os nossos projetos, nos levando a alterar os nossos planos e nos adaptando ao inusitado. “Graças a Deus estamos voltando à normalidade do uso da estrutura da paróquia no atendimento às pastorais, cujo seu fortalecimento mantendo os trabalhos sociais, como as cestas básicas e o Clube do Leite. O Santuário também acolhe pessoas de rua diariamente.

Ping-pong com o frei: Um santo franciscano? “São Francisco de Assis”“Um santo capuchinho? “São Leopoldo Mandic”; Um dia memorável na sua vida religiosa? “Dia da minha primeira profissão religiosa na Ordem dos Frades Menores Capuchinhos”; Se você não fosse franciscano qual outra ordem religiosa faria parte? “Provavelmente seria diocesano”; Uma frase? “Cuidar, estar atento, começar com esperança, ter sempre esperança”.

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