Universitários brasileiros desenvolvem jogos para ajudar pessoas com Azheimer

Iniciativa surgiu de uma experiência familiar; objetivo é melhorar a interação social, além estimular a memória dos portadores da doença

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Ricardo Sanches / Aleteia

Uma iniciativa de estudantes universitários do estado do Paraná está ajudando no tratamento de pessoas com Alzheimer e no convívio delas com os familiares e cuidadores. Os universitários desenvolveram jogos personalizados para estimular a memória dos portadores da doença.

A ideia surgiu durante a pandemia de Covid-19, quando a estudante de medicina Karen Parente passou a conviver mais com a avó, que tem Alzheimer. A universitária, vendo a progressão da doença, pensou em desenvolver algo que facilitasse a interação com a idosa, bem como estimulasse sua memória.

Karen e outros colegas universitários, desenvolveram, então, um jogo personalizado, ou seja, um quebra-cabeças com uma foto da família. Com a ajuda dos parentes, a idosa ia montando as formas e, quando concluído, ela começava a se lembrar dos filhos. “Antes dos jogos, ela ficava muito apática, não lembrava dos nomes dos filhos, dos rostos… Depois que a gente começou com os jogos, por eles serem personalizados com fotos da família, ela passou a reconhecer melhor”, explica Karen.

Tempo de qualidade com quem tem Alzheimer

Quebra-cabeça customizado com imagem da família ajuda a estimular a memória de idosos com Alzheimer / Cuca Jogos

Nascia, assim, a startup “Cuca Jogos“, fundada pelos estudantes Evelize Behrens, Iagor Carvalho, Karen Parente e Pedro Murad. A iniciativa chegou, inclusive a vencer uma competição internacional de empreendedorismo na área da saúde, o Health Business Summit.

A ideia da “Cuca Jogos” é proporcionar um tempo de qualidade entre o idoso portador de Alzheimer e sua família. Agindo paralelamente ao tratamento médico da doença, “os jogos personalizados também estimulam o cérebro, trabalhando memória, percepção e empatia”, afirmam os idealizadores.

“Durante nossa trajetória, validamos a ideia com médicos, neuropsicólogos e terapeutas ocupacionais, além de diversos estudos que estabelecem a estimulação cognitiva como tratamento (não farmacológico) para a doença de Alzheimer”, afirma a estudante de medicina Evelize Behrens – uma das idealizadoras da “Cuca Jogos”.

E os resultados já começam a aparecer. “Recebemos diversos feedbacks de compradores dos nossos produtos e houve um retorno muito positivo”, acrescenta a estudante.

Com base nos retornos, os estudantes já planejam aumentar o catálogo de produtos para ajudar pessoas com Alzheimer. Hoje, o produto principal é o quebra-cabeça, mas já estão em estudos outros jogos gratuitos e em diferentes formatos.

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