Submeteu-se voluntariamente a jejuns, vigílias e às mais rigorosas penitências que ele juntava às que lhe impunham os Superiores ou as que constavam na Regra
São Félix de Nicósia nasceu em Nicósia, na Sicília, a 5 de Novembro de 1715, recebendo no baptismo o nome de Tiago Amoroso. Filho de uma família muito pobre, aprendeu muito cedo a arte de sapateiro, exercendo depois tal ofício, até à idade de 28 anos. Foi, deste modo, a principal fonte de sustento para a sua família.
Entrou muito novo para a Ordem Franciscana Secular. Após muitas recusas, ao atingir a idade de 28 anos, foi recebido pelos Capuchinhos. Desde o início, manifestou exemplo admirável de santidade, obediência, mansidão, espírito quase inaudito de penitência. A devoção à Eucaristia, à Imaculada Conceição e a São Francisco foram a grande luz da sua vida.
Após o noviciado, foi destinado ao Convento de Nicósia, sua terra, sendo ali encarregado do quintal, cozinheiro, sapateiro, enfermeiro, porteiro e sobretudo esmoleiro até ao dia da sua morte.
Tendo crescido numa família muito modesta e humilde, onde a virtude era tida em grande consideração, Fr. Félix sempre se notabilizou pela pureza de costumes. Aceitou, com resignação, as grandes humilhações que o guardião lhe impôs quase sistematicamente para experimentar a sua humildade. Submeteu-se voluntariamente a jejuns, vigílias e às mais rigorosas penitências que ele juntava às que lhe impunham os Superiores ou as que constavam na Regra.
Nos seus contatos diários com o povo, era generoso em dar bons conselhos. Realizou prodígios que lhe mereceram a fama de taumaturgo. Nutria um amor intenso a Nossa Senhora das Dores. Grande parte da noite permanecia diante do Santíssimo.
Considerava-se verdadeiramente feliz na sua vocação. Dizia, graciosamente, que era muito mais feliz do que o burro da cerca que nunca tinha estado tão bem como ele! Durante o dia, certamente também ele, carregado com as esmolas que aumentavam sempre mais; mas, durante a noite, tinha uma cama muito melhor do que a do burro, seu companheiro de trabalho.
No Convento era notado, sobretudo, pela obediência. Foi conselheiro espiritual, guia e diretor de almas simples e também de sábios e eclesiásticos. Teve o dom da profecia e realizou numerosos milagres.
Tinha 72 anos e estava em agonia. Era o dia 31 de Maio de 1787. Pediu a presença do seu guardião. Que desejas? – perguntou-lhe o guardião; queres a bênção dos moribundos? Também! – responde Fr. Félix. Mas, antes disso, meu guardião, peço a obediência não somente para viver, mas também para morrer.
Esta era a grande lição que o nosso santo deixava aos Capuchinhos do Convento de Nicósia. Pouco depois o Senhor chamava-o. Temos muito a prender deste irmão capuchinho de alforge aos ombros. A 12 de Fevereiro de 1888, o Papa Leão XIII beatificou-o, em São Pedro, no Vaticano. Foi canonizado no dia 23 de Outubro de 2005, Dia Missionário Mundial, pelo Papa Bento XVI.
Oração
Senhor, que ensinastes São Félix a servir-Vos na simplicidade e humildade de coração, concedei-nos a vossa ajuda, para que, imitando os seus exemplos, possamos participar um dia da sua glória, no Céu. Por Nosso Senhor.