Para frei Janailson Gomes, frei Damião foi “um frade de estatura mínima, porém gigante na sua missão”
ACI Digital
Na próxima terça-feira, 31 de maio, faz 25 anos da morte de frei Damião de Bozzano. Para marcar a data, tem início hoje em Recife (PE) a festa em memória do frade capuchinho que evangelizou o Nordeste brasileiro e teve suas virtudes heroicas reconhecidas pelo papa Francisco em 2019. A festa de frei Damião acontece no Convento de São Félix Cantalice, onde ele está sepultado.
Frei Damião nasceu em Bozzano, na Itália, em 5 de novembro de 1898, tendo recebido o nome de Pio Gianotti. Aos 13 anos, ingressou no Seminário Seráfico de Camigliano, da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos. Em julho de 1915, emitiu os primeiros votos e recebeu o nome de frei Damião de Bozzano. Mas, precisou interromper os seus estudos de Filosofia após ser convocado, em setembro de 1918, para o serviço militar na Primeira Guerra Mundial. Retornou ao convento ao fim da guerra e emitiu sua profissão perpétua. Foi ordenado sacerdote em 25 de agosto de 1923, em Roma.
Em 1931, foi enviado ao Brasil e se estabeleceu no convento Nossa Senhora da Penha, em Recife (PE). Depois disso, foram 66 anos dedicados às santas missões, que eram uma semana missionária, em que ele se dedicava a proclamar a Palavra de Deus em uma cidade. Frei Damião fazia sermões, catequeses, visita aos doentes, aos presos. Além disso, atendia confissões por mais de 12 horas por dia.
Com os anos, adquiriu uma deformação na coluna que o deixou encurvado, provocando dificuldades na fala e na respiração. Além disso, durante muito tempo, sofre de erisipela, devido à má circulação sanguínea.
Em 1990, sofreu uma embolia pulmonar, por isso, a partir de então, diminuiu o ritmo das Santas Missões, passando apenas para os finais de semana. Mas, sua saúde se agravou em 1997. Em 12 de maio daquele ano, foi internado no Real Hospital Português, na capital pernambucana, onde foi visto realizando aquele que foi chamada “sua última missão”, rezou o terço com o povo em uma das salas do hospital. No dia seguinte, 13 de maio, sofreu um derrame cerebral e foi levado para a UTI, vindo a morrer em 31 de maio de 1997, aos 98 anos. Seu corpo foi enterrado na capela de Nossa Senhora das Graças, de quem era devoto, no Convento São Félix, em Recife.
“Estamos aguardando muita gente. Em outras festas passaram por aqui mais de 10 mil pessoas. Acredito que iremos superar as expectativas agora”, disse ao site JC o guardião do Convento São Félix Cantalice, frei Janailson Gomes.
A abertura das festividades será às 19h, com a missa na igreja matriz de Nossa Senhora do Rosário, no bairro Pina. Ao final da celebração, acontecerá uma procissão com o Santíssimo Sacramento até o convento. A ideia de realizar a procissão é uma forma de conservar o legado deixado por frei Damião que costumava encerrar assim as celebrações.
A programação seguirá amanhã (27) no convento com a bênção de são Félix e missas às 6h, 11h e 17h. No sábado (28), haverá missas às 6h e 17h. No domingo (29), as celebrações eucarísticas serão às 4h, 6h, 8h, 10h, 14h e 17h e, ás 11h30, haverá o descerramento da placados 25 anos da morte de frei Damião. A programação se encerrará na terça-feira (31), com missas às 6h e 17h.
Para frei Janailson Gomes, frei Damião foi “um frade de estatura mínima, porém gigante na sua missão”. “Com essas missões ele foi conquistando o coração do povo nordestino. Hoje nós percebemos o amor, a devoção que o povo tem ao frei Damião porque ele não mediu esforços para ir até o povo”, disse o guardião do convento ao JC.