Para melhor conhecer o Apostolado da Oração

Entenda por que o Apostolado é também chamado de Rede Mundial de Oração do Papa

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Vanderlei de Lima / Aleteia

Este artigo tem por objetivo dar a conhecer o Apostolado da Oração (AO) também denominado, a justo título, Rede Mundial de Oração do Papa.

Nasceu ele, em 3 de dezembro de 1844, memória litúrgica de São Francisco Xavier, numa casa de formação de jovens religiosos jesuítas, em Vals, no sul da França, por iniciativa do Pe. Francisco Xavier Gautrelet, SJ, diretor espiritual desses jovens, ao estimulá-los – por meio de suas orações e sacrifícios – ao zelo missionário. Em outras palavras, aqueles rapazes, sem sair de sua cidade, ajudariam, com suas preces e penitências, os missionários de além-mar. Sim, enquanto estes se dedicavam ao apostolado da evangelização, os jovens estudantes faziam o apostolado da oração.

A pequena iniciativa cresceu, se fortaleceu, difundiu-se e recebeu a aprovação eclesiástica do bispo de Le Puy, França. Esse prelado provavelmente era o monsenhor Auguste de Morlhon, que governou a diocese de 1847 a 1862. Foi também ele quem pediu e obteve do Papa Pio IX, em 1849, as primeiras indulgências aos membros do Apostolado.

Coube, no entanto, ao Pe. Enrique Ramiére, SJ, a melhor organização e divulgação do AO, especialmente por meio do livro O Apostolado da Oração, santa Liga de corações cristãos unidos ao Coração de Jesus, lançado em 1861, e da revista Mensageiro do Coração de Jesus que, nascida naquele mesmo ano, chegou a ter, no Brasil, entre 1978 e 2006, cerca de 100 mil assinantes.

Por falarmos do nosso país, convém dizer que o AO teve o seu primeiro Centro fundado, em 30 de junho de 1867, na igreja de Santa Cruz, no Recife (PE), pelo Pe. Bento Schembri, SJ, mas quem, de fato, difundiu o Apostolado da Oração nesta Terra de Santa Cruz foi o Pe. Bartolomeu Taddei, SJ, a partir de Itu (SP). Sua obra se fez tão importante que Dom Sebastião Leme, cardeal arcebispo de São Sebastião do Rio de Janeiro, declarou: “O renascimento espiritual do Brasil é obra do Apostolado da Oração”.

Nos fins do século XIX, o Papa Leão XIII assumiu como sua esta iniciativa e a confiou aos jesuítas. O Santo Padre decidiu, então, propor, a cada mês, ao Apostolado uma intenção especial a ser rezada e divulgada. A partir de 1928, foi lhe acrescentada outra intenção. Assim, temos hoje a chamada Intenção Geral e a Intenção Missionária. Eis porque o Apostolado é também chamado de Rede Mundial de Oração do Papa.

Práticas

As grandes práticas do AO são três: a primeira e essencial é o oferecimento diário de toda a sua vida em união com as intenções pelas quais o Sagrado Coração de Jesus está, continuamente, intercedendo e se oferecendo em sacrifício por nós; a segunda é a participação – diária, se possível –, na Santa Missa e, ao menos uma vez por mês (de preferência na primeira sexta-feira), a comunhão reparadora em desagravo às tantas ofensas cometidas contra o Coração de Jesus, já a terceira é a devoção a Nossa Senhora, nossa mãe e advogada, por meio da recitação de uma dezena diária do Terço ao menos.

Para ser membro do Apostolado da Oração, é preciso – como algo imprescindível – inscrever-se num Centro legalmente constituído, receber a fita das mãos do sacerdote, fazer a consagração pessoal ao Sagrado Coração de Jesus e divulgar sua devoção.

Quem se inscreve no Apostolado da Oração pode, preenchidos os requisitos (confessar-se, comungar, rezar 1 Pai-Nosso, 1 Ave-Maria e 1 Glória pelas intenções do Santo Padre, o Papa, e fazer ou renovar a promessa particular de guardar os Estatutos do AO), ganhar indulgência plenária (remissão total da pena temporal devida aos pecados já perdoados): no dia da sua inscrição no AO; no dia da sua consagração ao Sagrado Coração; na memória de São Francisco Xavier (3 de dezembro), principal padroeiro do AO; na solenidade do Sagrado Coração de Jesus; na solenidade de Cristo Rei; na solenidade da Imaculada Conceição (8 de dezembro); na solenidade de São Pedro e São Paulo (29 de junho) e no dia da renovação da sua consagração ao Sagrado Coração.

Eis porque podemos, a partir desta breve síntese, afirmar que o Apostolado da Oração é, na Igreja, uma das grandes vias de santidade para o nosso tempo.

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