Cardeal Orani Tempesta presidirá Missa em Ação de Graças; o ‘Parabéns’, o bolo, assim como a encenação do “Auto de São Sebastião” fazem parte da programação
Emilton Rocha / Pascom
Neste 1° de março, quando os cariocas comemoram o 457° aniversário da Cidade do Rio de Janeiro, fundada em 1565, o Santuário Basílica de São Sebastião será palco, literalmente, da festa comemorativa numa parceria do Santuário com a Arquidiocese e a Prefeitura da Cidade. Às 16h, a Banda da Sociedade dos Amigos da Rua da Carioca (SARCA) fará uma apresentação; em seguida, às 17h, o Arcebispo do Rio de Janeiro, Cardeal Orani Tempesta, presidirá Missa Solene; logo após, às 18h, o bolo artístico será cortado pelas autoridades; às 19h, a entrega de troféus e distribuição de bolo ao público; e, fechando a programação, às 20h, a apresentação do “Auto de São Sebastião”, por um grupo de atores da Comunidade Shalom, que conta a história de vida e morte do Santo Padroeiro da Cidade, em palco que será montado no pátio em frente ao Santuário. O tradicional bolo para comemorar a data histórica será cortado para distribuição aos presentes. Em 2015, o bolo teve 450 metros.
Os frades capuchinhos se instalaram no Rio de Janeiro por volta de 1840. Por meio de uma lei de 1965, tornaram-se guardiões de relíquias da cidade: a pedra que é o Marco da Cidade; os restos mortais de Estácio de Sá, fundador da Cidade (1520-1567), e as imagens de São Sebastião – a original do século XVI, restaurada, e uma réplica. A igreja foi originalmente construída no Morro do Castelo, porém, destruída em 1922 devido a uma reforma urbanística na região. A reconstrução na Tijuca começou naquele mesmo ano, em 1922, e só terminou em 1931. Em 1947, ela foi elevada à condição de paróquia. Em 2014, abrindo as comemorações dos 450 anos da cidade, foi tornada santuário. E, em 2015, o Papa Francisco elevou a igreja à condição de Basílica Menor de São Sebastião.
1º de março de 1565: fundação da Cidade do Rio de Janeiro
No dia 1º de março de 1565, Estácio de Sá lançou os fundamentos da cidade que fora incumbido de criar na baía de Guanabara – o Rio de Janeiro. A missão de fundar a cidade estava relacionada à luta entre portugueses e franceses pelo domínio daquela região.
Em meados do século 16, os portugueses ainda não tinham conseguido se espalhar por todo o litoral brasileiro. Seus domínios restringiam-se principalmente ao Nordeste, onde ficava a sede do Governo-geral (na cidade de Salvador) e à vila de São Vicente, no litoral paulista. Aproveitando-se dessa situação, um grupo de franceses, sob o comando de Nicolas Durand de Villegaignon, se estabeleceu em duas ilhas da baía da Guanabara (atuais Villegaignon e ilha do Governador) e na região da atual praia do Flamengo, com a intenção de criar uma colônia, a França Antártica. Os portugueses conseguiram expulsá-los, mas perceberam que, se não se estabelecessem no local, os franceses voltariam.
Por isso, o Governador-geral do Brasil, Mem de Sá, colocou seu sobrinho Estácio de Sá em ação. A expedição de Estácio desembarcou na estreita faixa de terra situada entre o Pão de Açúcar e o Morro Cara de Cão, hoje tombado pelo Patrimônio Histórico Nacional. Lá se construíram trincheiras para a defesa, as primeiras casas e as paredes da primeira igreja, consagrada ao santo padroeiro da cidade.
A cidade recebeu o nome de São Sebastião do Rio de Janeiro, em homenagem ao rei de Portugal na época: dom Sebastião. E por que Rio de Janeiro? O nome tem origem em um engano dos portugueses: quando chegaram pela primeira vez à entrada da baía de Guanabara, em janeiro de 1502, pensaram que se tratava da foz de um rio.
Dois anos depois, Mem de Sá iria transferir a sede da cidade para o Morro do Castelo, mas ali permaneceram muitos dos primeiros moradores, cuidando de suas roças espalhadas pela região que é hoje a área central. E não se pode deixar de mencionar que, durante os dois anos em que Estácio de Sá permaneceu ali, os combates contra os franceses e os índios seus aliados prosseguiram. Lutando contra eles, na região do atual Outeiro da Glória, Estácio de Sá foi atingido no rosto por uma flecha, e morreu em consequência do ferimento. A derrota imposta aos franceses, porém, foi definitiva.
O Rio de Janeiro era agora dos portugueses, que logo transformariam a cidade em sede de governo da Colônia. O Rio, aliás, manteve-se nessa condição também durante o Império e boa parte da República. Só na década de 1960, sob o governo do presidente Juscelino Kubitscheck, a capital do Brasil foi transferida para Brasília. Nem por isso a Cidade Maravilhosa deixou de ser um símbolo brasileiro, principalmente no plano internacional.
A PROGRAMAÇÃO
16h – A Banda da Sociedade dos Amigos da Rua da Carioca (SARCA) fará uma apresentação;
17h – Missa Solene, sob a presidência do Arcebispo do Rio de Janeiro, Cardeal Orani Tempesta;
18h – Um bolo artístico será cortado pelas autoridades;
19h – Entrega de troféus e distribuição de bolo ao público;
20h – Apresentação do “Auto de São Sebastião” por um grupo de atores da Comunidade Shalom.