Cerimônia foi realizada no Santuário Basílica de São Sebastião dos Frades Capuchinhos
Publicado no “Testemunho de Fé” / Colaboração: Emilton Rocha
No dia 11 de dezembro, o arcebispo do Rio de Janeiro, Cardeal Orani João Tempesta, ordenou presbíteros os frades André Nascimento de Jesus e Michel Padilha dos Santos.
A ordenação aconteceu no Santuário Basílica de São Sebastião, na Tijuca, durante a missa em ação de graças pelo aniversário de 40 anos da Província Nossa Senhora dos Anjos, da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos (OFM Cap.), que abrange os estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo e Leste de Minas Gerais.
Frei André, 38 anos, é de Mantena, Leste de Minas Gerais, e frei Michel, 29 anos, é da Fraternidade São Félix de Cantalice, em Vila Bethania, Viana, Espírito Santo.
FREI ANDRÉ NASCIMENTO DE JESUS
Filho de Manoel Nascimento de Jesus e de Ângela Francisca de Jesus, nasceu em Janaúba (MG). É formado em Filosofia pela Universidade Católica de Petrópolis, e Teologia pelo Instituto Franciscano de Teologia (ITF), na mesma cidade. Frei André sentiu o chamado para ingressar na Ordem dos Frades Menores Capuchinhos no final de 2007, quando cursava Filosofia no Mosteiro de São Bento, no Rio de Janeiro. “Lá conheci os frades e, ao observar a alegria e a amizade daqueles irmãos, fui tocado por aquela maneira de ser”.
Nesse mesmo ano, ingressou na família dos Frades Menores Capuchinhos, mais precisamente na Província de Nossa Senhora dos Anjos. Após conhecer o então ministro provincial frei Luiz Carlos Siqueira, foi admitido. No ano 2018, deu início ao seu processo vocacional na Ordem, indo morar por um ano na Fraternidade São Francisco de Assis, em Santa Teresa (ES).
Sua família sempre o apoiou presencialmente e através de orações. “Venho de uma família muito católica, tenho uma tia que é freira, primos padres e primas também católicas”, afirmou. Sua aspiração maior é ser um bom frade capuchinho, levando amor, esperança, fraternidade, paz e bem a todos os lugares e a todos os cristãos, seguindo os passos de Francisco e Clara no seguimento de Cristo.
Para frei André, o sacerdote é, antes de tudo, um escolhido de Deus. Porém, a escolha divina não obedece a um capricho cego, nem esgota seu sentido no próprio escolhido. Segundo ele, quando Deus chama um homem, o faz para uma missão específica: para pedir uma colaboração determinada em seus desígnios de salvação. O sacerdote “está colocado em favor dos homens no que se refere a Deus para oferecer dons e sacrifícios pelos pecados” (Hb 5, 4). Portanto, a ordenação representa a continuação de um serviço que tem sua própria especificidade nas coisas que se referem a Deus, no serviço aos pobres e excluídos, levando o anúncio do Reino de Deus com muita alegria. “A experiência de entrar na Ordem dos Frades Menores Capuchinhos, mais precisamente na Província Nossa Senhora dos Anjos, está sendo uma das mais bonitas de minha vida, pois me permite crescer, amadurecer e conhecer melhor a vida de ser um frade menor”, reconheceu.
“Também, permite-me conhecer muitos irmãos que me ensinam sobre a vida e a ter as mesmas experiências de São Francisco e de Santa Clara. A Ordem me levou a adentrar um processo de investigação, de estudo e de conhecimento das relações humanas e, principalmente, de Deus. Assim sendo, a minha vida de frade capuchinho nesses quase 12 anos é marcada com determinação pela perseverança, pela alegria de servir o povo de Deus, de ser frade menor, pelo amor e devoção à Mãe de Deus e pela minha entrega diária”, ressaltou. Por toda a sua caminhada, o sacerdote agradece a Deus, à Virgem Maria, à família, a Província Nossa Senhora dos Anjos e aos seus formadores.
FREI MICHEL PADILHA DOS SANTOS
Filho de Rosinar Padilha dos Santos e Sebastião Lopes dos Santos, frei Michel tem quatro irmãos: Inês, Eduardo, Akiana e Poliana. Natural de São Miguel do Guaporé (RO), atualmente reside em Viana (ES). Licenciado em Filosofia pela Universidade Católica de Petrópolis e graduando em Teologia pelo Instituto Interdiocesano de Teologia da Arquidiocese de Vitória do Espírito Santo, ele conta que, a partir de um encontro realizado pela Pastoral Vocacional da Diocese de Colatina (ES), conheceu e se encantou pelo carisma dos frades menores capuchinhos. Sua família reagiu à decisão de entrar para a Ordem de forma tranquila, “família religiosa entende a necessidade de missionários para a Igreja. Além do mais, a vida religiosa já se fazia presente na minha família, pois tenho uma irmã que é religiosa”, diz. A ordenação, para o jovem frade, representa servir ao povo de Deus.
Ainda em 2008, fazendo como adolescente o seu processo vocacional, frei Michel teve oportunidade de conhecer mais sobre a vida simples e contemplativa dos frades, as vidas de São Francisco, Santa Clara e dos capuchinhos, assim como a dos santos da Ordem, e tudo isso chamou sua atenção. Logo depois, começou a participar de encontros vocacionais na Paróquia de Santa Teresa (ES), onde passou a ser acompanhado por frades daquela cidade que moravam perto de sua casa, em Sooretama.
Em 2009, após um longo processo de conhecimento e discernimento, foi convidado, juntamente com outros seis jovens, a ingressar na Família Capuchinha, em Itambacuri (MG), para realizar o aspirantado – período durante o qual os vocacionados cultivam o chamado à vocação franciscana e buscam discernimento a partir de critérios humanos, eclesiais e franciscanos. Eles são convidados a cultivar a vida fraterna para que aprendam a viver cada dia mais perfeitamente, em colaboração ativa com a Igreja.
Para frei Michel, “uma experiência muito boa”. “Foram anos de muito crescimento e amadurecimento, quando pude aprender como ser um ser humano melhor a partir da pessoa de Francisco, que me apontou Jesus. Aprendi a ser mais atencioso, mais zeloso, enfim. Ser frade menor para mim é cada dia me colocar no caminho de Jesus e, juntamente com a fraternidade, responder ao chamado de Deus a cada dia”, resume um pouco da sua vida na Ordem até agora.
Agradecendo a Deus, que o chamou e o sustenta na vocação, frei Michel ama São Francisco de Assis, Santa Clara, São Leopoldo Mandic, Dom Oscar Romero, São João XXIII, Madre Tereza e Santa Dulce dos Pobres. “Agradeço a todos que rezam por mim e por todos os frades. Que o Senhor possa ajudar nesse novo ministério e serviço para o qual o Senhor me chamou”, concluiu.