São 13 obras de artes plásticas inéditas e uma música atribuída a São Simão Stock
Pintura a óleo, aquarela, gravura, graffiti, escultura, desenho, História em quadrinhos, poesia, e apresentação musical. É dessa forma que as aparições de Nossa Senhora serão retratadas na exposição “Maria entre nós”, cuja inauguração acontecerá no dia 30 de janeiro, às 18h, no Museu Arquidiocesano de Arte Sacra (MAAS), situado no subsolo da Catedral de São Sebastião, no Centro.
Ao todo, serão 13 obras de artes plásticas inéditas e uma música atribuída a São Simão Stock. Cada uma delas executadas por 16 artistas contemporâneos, baseadas nos documentos mariológicos da Igreja, que abordarão o tema das Mariofanias (o sufixo fania deriva do grego e significa ‘aparição’ ou ‘manifestação’).
A temática começou a ser trabalhada no museu em 2017, através da exposição “Maria, arte, fé e devoção”, por ocasião dos 300 anos do encontro da imagem de Nossa Senhora Aparecida nas águas do rio Paraíba do Sul e dos 100 anos das aparições de Nossa Senhora de Fátima, em Portugal.
A bacharel em belas artes Bruna Azevêdo pela primeira vez vai expor uma obra no MAAS. “Será uma pintura sobre madeira de Nossa Senhora Akita. Venho de família católica e portuguesa. Então, temos um forte relacionamento com a Igreja e os santos. Sou devota de São Jorge, nasci no dia dedicado a ele e aprendi as leis cristãs. Minha avó, a matriarca da família, era muito devota de Nossa Senhora de Fátima. De certa forma, também é uma maneira de homenageá-la, mesmo não sendo uma obra de Nossa Senhora de Fátima”, contou.
Para o músico Gabriel Lucena, a oportunidade de se apresentar na exposição seria uma delicadeza da Virgem Maria. “Vamos apresentar uma versão de um canto atribuído a São Simão Stock, santo para quem Nossa Senhora do Carmo apareceu e entregou o escapulário.
Será uma apresentação junto com Pierre Descaves e o Rafael Araújo. Na abertura, vamos apresentar o canto “Flos Carmeli”, entoado pelos monges carmelitas no Dia de Nossa Senhora do Carmo. Tocar nesta exposição é especial. Vejo como uma delicadeza de Nossa Senhora, que está sempre nos amparando”, enfatizou.
O artista plástico Matheus Grimião destacou a alegria em participar do projeto. “Apresentarei um trabalho em xilogravura sobre Nossa Senhora de Coromoto. Essa é uma antiga técnica de impressão de figuras através da madeira entalhada. É a primeira vez que vou expor no MAAS e, como católico, me sinto honrado; a importância é imensa. Nunca tive a chance de expor meu trabalho também envolvendo a minha religião. É o meu primeiro trabalho de cunho religioso, e estou feliz pelo convite”, afirmou.
A escultura do artista plástico Hildebrando Lima retratará a aparição de Nossa Senhora do Bonsucesso. “Essa aparição me marcou muito, porque, há 500 anos, ela falou, justamente, sobre os acontecimentos do século 20. Isso me chamou a atenção, e achei importante mostrar isso às pessoas para que elas percebam que no plano do céu, existe outra dimensão de tempo, não é como o nosso tempo terrestre. É isso o que tento retratar na minha escultura. Durante muito tempo, me dediquei a fazer obras voltadas para o mundo. Em oração, pedi a Deus para que me ajudasse a fazer um trabalho que fosse, de fato, relevante, em que eu pudesse destacar as qualidades humanas. Foi então que comecei a fazer trabalhos voltados para a arte sacra”, comentou.
O pároco da Igreja Divino Espírito Santo, em Brasília, padre Cristiano José Soares Sanches, também fará parte da exposição junto com sua poesia. “Escrever, para mim é uma maneira de dizer a importância das pessoas na minha história. Sou profundamente marcado pelo texto de Ariano Suassuna ‘O Auto da Compadecida’, em que João Grilo tinha versinhos para dizer a Nossa Senhora quando a encontrasse. Foi então que me dei conta de que as pessoas que têm facilidade em escrever precisam elaborar textos para deixar para as outras pessoas. Essa é a primeira poesia que escrevo para expor e, depois dessa ousadia, muito amigos já me disseram para publicar esses textos. Quem sabe?”, relatou.