II Encontro Nacional de Irmãos Leigos Franciscanos: “Estamos aqui porque amamos nossa vocação”

O principal tema abordado pelos Gerais é a unidade da família franciscana

Por Érika Augusto

Começou nesta quinta-feira, 7 de setembro, a II edição do Encontro Nacional de Irmãos Leigos Franciscanos. 70 participantes, vindos de 18 Estados do país, estarão reunidos até o próximo domingo, 10, na Casa de Retiros Santa Clara, em Ponta da Fruta, Vila Velha (ES).

Uma das características do encontro é a presença de religiosos das quatro obediências franciscanas – Ordem dos Frades Menores (OFM), Ordem dos Frades Menores Capuchinhos (OFMCap), Ordem dos Frades Menores Conventuais (OFMConv) e Terceira Ordem Regular (TOR). Participam também Frei Éderson Queiroz, OFMCap, Presidente da Conferência da Família Franciscana do Brasil, Frei Carlos Silva OFMCap, Presidente da Conferência dos Capuchinhos do Brasil e Ministro Provincial dos Capuchinhos de São Paulo e Frei César Külkamp, Vigário Provincial da Província Franciscana da Imaculada Conceição.

Confira o vídeo do primeiro dia

A manhã desta quinta-feira foi reservada para acolhida dos participantes. Após o almoço, todos se dirigiram à capela para dar início ao encontro. Na fala inicial, Frei Walter de Carvalho Júnior, da comissão organizadora, acolheu os participantes e falou sobre a importância do evento. “Estamos aqui porque amamos nossa vocação, o chamado que Deus nos fez para seguirmos Jesus assim como fez São Francisco de uma maneira tão fascinante. Estamos aqui porque sentimos a necessidade de nos entendermos mais como irmãos de uma família maior, uma família que está além das nossas obediências, uma família em que os irmãos de ordens diferentes se ajudam, se redescobrem, traçam planos comuns, dividem trabalhos, assumem ações conjuntas. Por que não realizar isso?”, questionou o frade. [column size=”one-fourth” title=”“Uma família em que os irmãos de ordens diferentes se ajudam, se redescobrem, traçam planos comuns, dividem trabalhos, assumem ações conjuntas.” Frei Walter de Carvalho Júnior“][/column]

Frei Walter falou sobre os recentes encontros dos Ministros Gerais, Frei Marco Tasca, da Ordem dos Frades Menores Conventuais; Frei Michael Perry, da Ordem dos Frades Menores; Frei Mauro Jöhri, da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos e Frei Nicholas Polichnowski, da  Terceira Ordem Regular. O principal tema abordado pelos Gerais é a unidade da família franciscana. Ele recordou que várias ações concretas estão sendo realizadas, entre elas a criação da Universidade Pontifícia Franciscana, que reunirá os estudantes das diversas obediências, o Capítulo Generalíssimo, que ocorreu em julho deste ano, o Encontro de Madrid, realizado em maio e a carta entregue ao Papa Francisco, em abril deste ano, pedindo que os irmãos leigos possam ocupar cargos de liderança dentro das Ordens.

Após as boas-vindas, Frei Zeca Paz, da comissão organizadora, conduziu um momento de oração. Em seguida, os participantes se reuniram na sala de palestras, onde acolheram as palavras de Frei César Külkamp, Frei Carlos Silva e Frei Éderson Queiroz. “Este é um momento muito oportuno e muito precioso para todos nós, nessa busca que fazemos, não só entre os Ministros Gerais, mas nestas iniciativas que têm acontecido de recuperarmos nossa identidade”, ressaltou Frei César.

Frei Carlos recordou a carta divulgada após o I Encontro dos Irmãos Leigos Franciscanos, que diz: “Para um frade franciscano, a tarefa da identidade humana é tornar-se irmão menor. O nosso nome relembra o projeto de vida que se realiza na fraternidade”.

Frei Éderson falou a respeito dos 50 anos da Família Franciscana do Brasil, “nascida do sopro do Concílio Vaticano II, que nos arrancou do nosso isolamento institucional e relacional, nos fez descobrir que somos uma grande família, com uma origem em comum”, afirmou. O frade recordou ainda o Capítulo das Esteiras, realizado no início do mês de agosto, “uma verdadeira experiência de Pentecostes”, ressaltou. Para concluir, Frei Éderson destacou o crescimento da Ordem Franciscana Secular e da Jufra, e perguntou: “Nós estamos preparados para este diálogo? Estamos formando leigos maduros, que nos ajudem na compreensão do carisma? Como podemos nos colocar junto dos leigos, numa formação profunda da identidade franciscana?”, questionou.

Na parte da tarde, os frades se reuniram em pequenos grupos para uma dinâmica de apresentação e, a partir do tema do encontro, Vida Religiosa Consagrada em processo de transformação – perspectivas para o irmão leigo franciscano, foram convidados a partilhar como, a partir de seu ponto de vista, esta transformação pode acontecer.

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