Frade Capuchinho, falecido há um ano, deixou uma legião de amigos e admiradores
Por Emilton Rocha / Pascom
Após dois adiamentos, a exposição sobre a vida de Frei Nemésio – “Alegria de ser Capuchinho” – não poderia ser aberta em melhor dia: 1º de março, aniversário da Cidade do Rio de Janeiro e início da Campanha da Fraternidade.
A ideia da homenagem ao querido frade partiu do reitor da Basílica de São Sebastião, Frei Arles de Jesus, que, após um ano do falecimento do amigo, decidiu mostrar um pouco mais da sua vida e do seu trabalho, tendo como principal proposta a exibição de parte da sua história de vida dedicada à Ordem e aos necessitados, para que as pessoas conhecessem um pouco mais sobre o ser humano dinâmico e dedicado que ele foi durante os cerca de cinquenta anos em que trabalhou junto à comunidade.
Gaúcho de Veranópolis (RS), Frei Nemésio nasceu no dia 9 de março de 1927, mas sempre se dizia carioca de coração e de adoção. Fixou moradia no Rio de Janeiro em 1964, a princípio prestando serviços na hospedaria do convento, sendo o responsável pela limpeza dos quartos para os frades, principalmente os oriundos da sua região, que vinham fazer, entre outras coisas, tratamento de saúde ou resolver algum outro assunto na então capital federal. O sacerdote foi cozinheiro do ingreja por muito tempo.
Ele professou a sua vocação religiosa no dia 6 de janeiro de 1944 e ordenado sacerdote no dia 21 de janeiro de 1984. Morreu no dia 4 de fevereiro do ano passado, aos 88 anos. “Fre Nemésio foi um homem simples, verdadeiro frade menor capuchinho”, disse Dom Orani Tempesta, Cardeal do Rio de Janeiro, na celebração de despedida. “Um sacerdote virtuoso, que fazia as coisas simples da vida, como não deixando de limpar o refeitório. Viveu a sua vida de forma singela, como deve ser a vida de todos nós. E não deixou de fazer as coisas que são próprias de um homem consagrado e de pessoa que abraçou o ministério sacerdotal” – afirmou Frei Luiz Carlos Siqueira, Ministro Provincial (Nossa Senhora dos Anjos), por ocasião da sua morte. “Era um homem prático, que resolvia as coisas de forma mais rápida possível”, recordou ele.
Segundo amigos, uma das suas características mais importantes era a sua disponibilidade para atender a chamados para bênçãos ou visitas a enfermos, ocasião em que largava tudo para responder aos apelos. “Ele estava sempre disposto a atender alguém no hospital ou em casa, a qualquer hora do dia ou da noite, para dar a unção dos enfermos. Pegava seu boné e sua pasta e ia conceder a unção. Tinha uma dedicação e uma disponibilidade incríveis.” – revelou Eliane Belinha, coordenadora da Pastoral da Música da Basílica.
A exposição mostrará, entre outras curiosidades: o início de sua vida religiosa; a sua família, que é, em grande parte, composta de religiosos; alguns de seus momentos em vídeo; o tempo em que ficou como irmão; o seu quarto (remontado para a exposição), as roupas (o hábito e túnicas); a mala, do tipo 007, que ele carregava consigo para dar a unção dos enfermos; santos, muitos santos; sua caixa de ferramentas; a âmbula de suas ordenação; seus objetos pessoais que ficaram no convento e o seu dia a dia, inclusive a sua mala da época em que chegou ao Rio.
Também serão mostrados suas homilias, seus escritos organizados em pastas, com destaque para as suas famosas frases ditas durante as bênçãos, que foram resgatadas e selecionadas para a exposição. O salão em que acontecerá o evento será oficialmente inaugurado com o seu nome – “Salão Frei Nemésio”.
À frente da exposição estão os frades capuchinhos do Rio, a pedido de Frei Arles, sob a coordenação de Graça Costa, conservadora e restauradora de bens culturais, auxiliada por Frederico Araújo, estudante de publicidade, e Elisabete Cândida, integrante de pastorais.
Evento: Exposição sobre a vida de Frei Nemésio: “A alegria de ser Capuchinho”
Abertura: dia 1º de março, após a missa comemorativa do 452º aniversário da Cidade, às 11h30.
Quando: De 1º a 5 de março
Horário: 8h às 17h
Local: Salão Frei Nemésio (Santuário Basílica de São Sebastião – Frades Capuchinhos)
Rua Haddock Lobo, 266, Tijuca