13 curiosidades relacionadas a Nossa Senhora de Fátima

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Alessandro Cardoso / A12 Redação

Apesar de ser oriunda de Portugal, a devoção a Nossa Senhora de Fátima se espalhou pelo mundo e hoje, neste dia 13 de maio, milhões de fiéis em todos os continentes prestam homenagens à Virgem Maria sob o título de Fátima.

Confira aqui 13 curiosidades relacionadas a Nossa Senhora de Fátima:

1. Por que “de Fátima”?

Essa é fácil: é por conta da cidade onde Nossa Senhora apareceu. Fátima é um nome de origem árabe que significa “donzela” ou “jovem que não é mais criança”. O lugarejo português leva esse nome em homenagem à filha de Maomé, considerado profeta no islamismo. A Península Ibérica, onde ficam Portugal e Espanha, era dominada por povos árabes, que nomearam diversas cidades. Mesmo depois da conquista portuguesa e a cristianização do reino, o nome de Fátima foi mantido naquele lugar.

2. O que é “cova da Iria”?

Iria é uma espécie de apelido, uma variação muito típica para o nome “Irene”. Ou seja, é a cova (túmulo) da Irene. Essa tal Irene é Santa Irene de Tomar, ou Santa Iria, que, de acordo com a tradição, era uma moça muito bonita que fez votos de celibato e dedicação total a Deus e à Igreja. Entretanto, depois de boatos de um suposto relacionamento da jovem, um homem, que por ela era apaixonado, a matou e jogou seu corpo no rio Tejo. Depois de um tempo, com o recuo das águas, o corpo de Irene foi encontrado intacto. Fez-se então a “cova da Iria” na cidade que hoje leva o nome de Santarém, a aglutinação de Santa Irene.

3. Nossa Senhora de Fátima NÃO é padroeira de Portugal

Por mais intrigante e até mesmo desoladora que esta curiosidade seja, a verdade é que Nossa Senhora de Fátima não é padroeira de Portugal, tampouco o dia 13 de maio é feriado em terras lusitanas. A padroeira de portuguesa desde o século XVII é Nossa Senhora da Conceição, assim como também é considerada a “verdadeira rainha de Portugal”. Curiosamente, Nossa Senhora da Conceição também é padroeira do Brasil, haja vista que fomos colônia portuguesa. Entretanto, a “nossa” Nossa Senhora da Conceição ganhou o título de “Aparecida”, depois de aparecer na rede dos pescadores em 1717.

ALESSANDRO CARDOSO

4. “de Fátima” não é o nome “legítimo” da Virgem que celebramos no 13 de maio.

Por falar em nomes, sobrenomes e títulos, o “de Fátima” se refere mais ao lugar onde Nossa Senhora apareceu do que propriamente seu “nome real”. De acordo com os testemunhos da Irmã Lúcia, em sua última aparição, no dia 13 de outubro de 1917, Nossa Senhora teria se revelado como “Nossa Senhora do Rosário”. Portanto, seu “nome completo” seria Nossa Senhora do Rosário de Fátima.

5. Francisco não ouviu os segredos de Fátima.

É sabido que Nossa Senhora se revelou a três crianças portuguesas, os conhecidos “três pastorinhos”. Entretanto, ela se revelou a cada um de uma maneira diferente. Lúcia, a mais velha, podia ver, ouvir e falar com Nossa Senhora. Jacinta, a mais nova, podia vê-la e ouvi-la, mas não podia falar com ela. Já Francisco, o do meioapenas podia ver Nossa Senhora. Para saber o “teor das conversas”, o menino era informado pela irmã e pela prima. Hoje, Francisco e Jacinta são santos, canonizados pelo Papa Francisco em 2017.

ALESSANDRO CARDOSO

6. Os pastorinhos foram interrogados, presos e torturados.

Conforme Nossa Senhora ia se revelando aos pastorinhos, ia lhes revelando algumas coisas e os pedia segredo. Com a fama, os pastorinhos chamaram a atenção das autoridades, que, no dia 13 de agosto, quando aconteceria a quarta aparição, levaram as crianças para um interrogatório. Queriam saber do que se tratavam os segredos, mas os pastorinhos foram obedientes e não contaram. Por conta disso, foram interrogados separadamente e, em cada interrogatório, as autoridades diziam que as outras duas crianças haviam sido jogadas em óleo fervente, um blefe que não os botava medo, haja vista que almejavam o Céu e a morte só adiantaria isso. Depois de seis dias presas, as crianças puderam retornar à Fátima, onde Nossa Senhora, sem os desamparar, revelou-se conforme o prometido.

Thiago Leon

7. A travessia de joelhos foi começada por Lúcia.

Existe, no Santuário de Fátima, um trajeto que milhares de peregrinos percorrem de joelhos, o Caminho do Peregrino, que vai do topo da Cova da Iria até a Capelinha das Aparições. O que poucas pessoas sabem é que a primeira pessoa a percorrer tal caminho foi a própria Lúcia. Como forma de agradecimento pela cura da mãe, que estava à beira da morte, a pequena pastorinha fez este trecho de joelhos, rezando o terço por nove dias. No nono dia, como gesto concreto, ofereceu um jantar às crianças famintas da região. Hoje em dia, o Caminho do Peregrino é revestido por mármore, mas quando Lúcia iniciou essa tradição, o chão era de pedregulhos e todo irregular.

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8. “Jesus Escondido” o jeitinho carinhoso de se referir à Eucaristia

Numa solenidade de Corpus Christi, Lúcia convidou sua prima, Jacinta, para jogar pétalas de rosas quando Jesus passasse. Contudo, no momento da passagem do Santíssimo, Jacinta não jogou. Quando questionada o porquê dela não ter cumprido com o combinado, a pastorinha disse que não tinha visto Jesus passar. Foi aí que Lúcia a explicou que Jesus estava “escondido” na hóstia consagrada. Daquele dia em diante, era assim que os pastorinhos se referiam à Eucaristia: pelo termo “Jesus Escondido”.

9. 13 de maio — um dia de tensão

No dia 13 de maio, só que de 1981, o papa João Paulo II sofreu um atentado na Praça São Pedro, no Vaticano, enquanto abençoava a multidão de fiéis. O pontífice foi baleado e saiu gravemente ferido. Graças a Deus, depois de dias de muita preocupação, o Pontífice teve alta. Posteriormente, o papa afirmou que foi Nossa Senhora de Fátima quem desviou a bala para que não atingisse órgãos vitais.

“Em tudo o que aconteceu comigo naquele mesmo dia, senti que a proteção extraordinária, maternal e cuidadosa, acabou por ser mais forte do que a bala mortal” — disse João Paulo II.

10. A bala na coroa

A coroa que adorna a imagem de Nossa Senhora de Fátima tem uma “joia” ímpar: a bala que atingiu o abdômen do papa. Em 1982, como forma de agradecimento, João Paulo II foi até Fátima, exatamente no dia 13 de maio, e ofertou a bala a Nossa Senhora. Em 1989, o reitor do Santuário de Fátima, monsenhor Luciano Guerra, teve a ideia de colocar a capsula da bala na coroa de Nossa Senhora. Coincidente e providencialmente, havia um orifício na coroa de exatamente nove milímetros, o mesmo diâmetro da bala. Desta forma, bastou-se apenas encaixar a bala ali, como se já fizesse parte do adorno, sem precisar mexer na estrutura da coroa.

11. Atentados

Assim como o papa, a Capelinha das Aparições também foi vítima de um atentado. Um, não. Dois! O primeiro foi em 1922, quando implantaram quatro bombas na capelinha, que ficou extremamente danificada. Um quinta bomba estava nas raízes da azinheira que suportava a imagem de Nossa Senhora, mas não explodiu, felizmente. Nesta ocasião, a zeladora da imagem a guardava todas as noites, salvando-a. O segundo atentado aconteceu em 2016, quando um jovem de 24 anos se atirou com o carro sobre a capelinha e tentou depredar a imagem, que escapou por estar protegida por um vidro blindado. Um terceiro atentado teria acontecido na festa do centenário das aparições, em 2017, contra o Santuário e contra o papa Francisco, que lá estava. Contudo, o serviço de inteligência português descobriu os planos de atentado e conseguiu frustrá-los.

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12. Uma famosa devoção

Como já citado, a devoção a Nossa Senhora de Fátima ultrapassa as fronteiras de Portugal. Celebridades como Jim Caviezel, Shakira e Celine Dion já declararam suas devoções à Senhora do Rosário. Aqui no Brasil, a lista de famosos e famosas que “são assim” com Nossa Senhora de Fátima é bem grande. Angélica, Lilia Cabral, Paloma Bernardes, Elba Ramalho, Maurício Mattar, Marcos Mion, Pedro Leonardo e tantos outros são alguns exemplos. Mas duas personalidades que sempre reiteram e reiteravam suas devoções são Ana Maria Braga e Hebe Camargo. Ambas atribuíram a Nossa Senhora a cura de seus respectivos cânceres. Ana Maria faz questão de ter sempre a imagem da santa em seus cenários.

13. Fátima no Brasil

Em 2011, foi inaugurada no Rio de Janeiro uma réplica da Capelinha das Aparições, no bairro do Recreio dos Bandeirantes. O casal autor do livro “Fátima” (do qual se retirou a maioria destas curiosidades), Berthaldo Soares e Kenya Camerotte, em visita a Fátima, sentiram-se muito tocados e tiveram a inspiração para construir no Rio a réplica idêntica da Capelinha e, com sua construção, expandir ainda mais a mensagem de Fátima. É possível visitar e rezar na Capelinha carioca em qualquer dia da semana, na Avenida Alfredo Baltazar da Silveira.

BERTHALDO SOARES
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