O Rio de Janeiro festejou o seu padroeiro São Sebastião, intrépido capitão de Jesus Cristo

A tradicional procissão com milhares de devotos saiu às 16h da igreja percorrendo cerca de 5 km até a Catedral, no centro

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Milhares de fiéis percorreram cerca de 5km da Basílica de São Sebastião, na Tijuca, até a Catedral Metropolitana, no centro.

Emilton Rocha / Pascom

No último dia 20, as homenagens ao padroeiro da cidade do Rio de Janeiro foram marcadas por eventos e missas para comemorar o dia de São Sebastião. No Santuário Basílica de São Sebastião (Capuchinhos), na Tijuca, foram celebradas 14 missas a partir das 5h da manhã, de hora em hora. O arcebispo do Rio, Cardeal Orani Tempesta presidiu a Missa Solene às 10h. Às 15h, foi rezado o Terço da Misericórdia, e, às 16h, a tradicional procissão saiu da igreja em direção à Catedral, no centro do Rio, onde foi celebrada a missa de encerramento.

Em sua homilia, Dom Orani disse que “o Papa Francisco ultimamente tem falado que os mártires dos últimos tempos são em maior número do que nos primeiros séculos. A intolerância contra os cristãos católicos continua e muito na sociedade mundial”.

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Cardeal Orani Tempesta preside a Missa Solene, concelebrada por Frei Jorge de Oliveira, pároco (à esq.), e Frei Arles Dias de Jesus, ministro provincial.

 

Ele enfatizou que “mesmo em nosso país nós vemos os últimos acontecimentos como falar contra Cristo, Maria e os cristãos católicos parece que além de render muito dinheiro, interessa as pessoas” e que se “impõem porque acham que podem fazer tudo”.

Após a celebração de Dom Orani, integrantes da Escola de Samba Paraíso do Tuiuti, que tem São Sebastião como tema, fizeram uma animada homenagem ao santo guerreiro no pátio do santuário.

A tradicional procissão com milhares de devotos saiu às 16h da igreja percorrendo cerca de 5 km até o centro, seguindo o mesmo trajeto que faz todos os anos: pelas ruas Estácio de Sá, Frei Caneca, Túnel Martim Sá (Catumbi), Avenida Henrique Valadares, Praça Cruz Vermelha, Rua da Relação até a Catedral.

Muitos fiéis emocionados compareceram à Basílica para agradecer graças alcançadas por meio deste santo que é um dos mais populares do país e pedir por alguém da família, pedir por emprego, saúde e outras necessidades. Demonstrando gratidão ao padroeiro pela sua intercessão, beijavam a fita que pendia do altar-mor, pediam bênçãos para objetos religiosos e levavam para suas casas garrafas de água benta. Muitos aproveitavam para renovar seus pedidos de cura, graças e milagres.

História de São Sebastião

São Sebastião era um soldado romano que foi martirizado por professar e não renegar a fé em Cristo Jesus. Sua história é conhecida somente pelas atas romanas de sua condenação e martírio. Nessas atas de martírio de cristãos, os escribas escreviam dando poucos detalhes sobre o martirizado e muitos detalhes sobre as torturas e sofrimentos causados a eles antes de morrerem. Essas atas eram expostas ao público nas cidades com o fim de desestimular a adesão ao cristianismo.

São Sebastião nasceu na cidade de Narbona, na França, em 256 d.C. Seu nome de origem grega, Sebastós, significa divino, venerável. Ainda pequeno, sua família mudou-se para Milão, na Itália, onde ele cresceu e estudou. Sebastião optou por seguir a carreira militar de seu pai.

No exército romano, chegou a ser Capitão da 1ª da guarda pretoriana. Esse cargo só era ocupado por pessoas ilustres, dignas e corretas. Sebastião era muito dedicado à carreira, tendo o reconhecimento dos amigos e até mesmo do imperador romano, Maximiano. Na época, o império romano era governado por Diocleciano, no oriente, e por Maximiano, no ocidente. Maximiano não sabia que Sebastião era cristão. Não sabia também que Sebastião,  sem deixar de cumprir seus deveres militares, não participava dos martírios nem das manifestações de idolatria dos romanos.

Por isso, São Sebastião é conhecido por ter servido a dois exércitos: o de Roma e o de Cristo. Sempre que conseguia uma oportunidade, visitava os cristãos presos, levava uma ajuda aos que estavam doentes e aos que precisavam.

O retorno da procissão à Basílica

À noite, pouco antes das 20h, a procissão retornou à Basílica onde muitos fiéis aguardavam a imagem do santo guerreiro para a última missa do dia, celebrada por Frei Liomar Pereira da Silva.

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Para ampliar, clique duas vezes nas miniaturas (Fotos: Emilton Rocha)

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