Capuchinhos do Brasil emitem nota sobre a reforma da Previdência

Nota entra em consonância com a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil

2ac24d2f196f06f8de69b035885ab79fXXXXXXXX

Por Capuchinhos do Brasil /CCB

Visto a atual situação política vivida no Brasil e diante aos problemas surgentes, a Conferência dos Capuchinhos do Brasil (CCB), através de seu presidente, Frei Liomar Pereira da Silva, Ministro Provincial da Bahia e Sergipe, se une à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) em favor da dignidade do Povo Brasileiro.

A nota na íntegra:

Querido irmão e irmã,

Paz e Bem,

Vivemos atualmente graves problemas de raízes sociais, políticas e econômicas e estes, por sua vez, tomam conta de nossa amada Nação Brasileira, diante disso, não podemos pecar por ser omissos. Numa audiência de outubro de 2015, o Santo Padre afirma que “envolver-se na política é uma obrigação para um cristão. Nós, cristãos, não podemos nos fazer de Pilatos e lavar as mãos. Não podemos! Devemos nos envolver na política porque a política é uma das formas mais elevadas da caridade, porque ela procura o bem comum.” Isto não quer dizer que o que pretendemos é fazer “politicagem” ou fazer um “ativismo” ou ainda um “partidarismo”, mas o que queremos é que nosso povo tenha sua dignidade garantida antes de tudo, pois é triste quando um homem não se importa mais com a dignidade do outro.

Por isso, a Conferência dos Capuchinhos do Brasil (CCB), unidos à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), à Conferência da Família Franciscana do Brasil (CFFB), à Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB) e a outros órgãos, se manifesta contra a PEC 287/2016 que, ao propor o aumento da idade única de aposentadoria para 65 anos, reduz a assistência aos trabalhadores rurais, viúvos e viúvas, aos segurados especiais (quilombolas, índios, pescadores, e etc.), e ao desvincular o salário mínimo como referência para o pagamento do Benefício de Prestação Contínua (BPC), exclui esses direitos do povo. Essa PEC não considera a opção que preserva dos direitos do povo.

Unimo-nos ainda à população dos menos favorecidos, dos trabalhadores, dos homens e mulheres de bem que trabalham por anos para garantirem um mínimo de conforto em sua velhice, e, assim, colocamo-nos ao lado dos preferidos de Jesus (os menores), e apoiamos a Paralisação Nacional Geral do dia 28 de abril de 2017. Não é desordem, não é festa, não é confusão, é luta por vida justa e digna dos que sentem o peso bruto da construção de um país.

Artigo anterior“Consideramos fundamental que se escute a população”, afirma dom Leonardo Steiner sobre greve geral
Próximo artigoEgito: Papa desafia religiões a condenação conjunta da violência e ódio em nome de Deus