A Santa Face de Cristo é um tema comum na arte. Mas você conhece esta do pintor francês Claude Mellan (1598 – 1666), que tem a particularidade de ter sido feita de uma só vez pelo artista, e que é considerado sua obra-prima?
Victor Nexon / Aleteia
A Santa Face de Cristo é aquela impressa no véu de Santa Verônica durante a subida ao Gólgota, quando ela lhe entregou seu véu para que ele limpasse o rosto. Seu rosto foi então milagrosamente reproduzido no véu. Embora o episódio não apareça nos Evangelhos, tornou-se muito popular a partir do século VII, dando origem a uma rica iconografia. Desde então, os artistas têm continuado a tentar dar a leveza desta impressão miraculosa.
Não há dúvida de que a de Claude Mellan é um dos mais bem-sucedidos; datada de 1649, tem a particularidade de ter sido feita com um único golpe de cinzel, começando pelo nariz, e de ter sido feita em espiral sem nunca atravessar a linha. Esta gravura é a obra-prima do artista e a melhor representação da técnica chamada “clear-cutting”, por ele inventada, pela qual o desenho é criado a partir da linha sobre a qual é desenhado e não a partir do cruzamento de linhas diferentes.
O véu de Veronica mal é sugerido. A delicadeza da linha, combinada com a discrição do apoio, reforça a transcendentalidade do sujeito. A Santa Face parece se desprender do véu e levitar diante dele. Se a famosa Santa Face de Cristo no Véu de Verônica testemunha o alto domínio técnico do artista, ela também constitui um belo testemunho de fé e uma das imagens de maior sucesso desta iconografia muito particular que é a marca do rosto de Cristo.