O Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida oferece orientações para fortalecer a preparação para o casamento. Entre elas, a escolha de uma “oração do casal”
Mathilde de Robien / Aleteia
Um dos desejos mais queridos do Papa Francisco é que os casamentos sejam mais fortes. Para isso, o Pontífice está convencido da necessidade de reformar profundamente a preparação para o matrimônio, a fim de que os noivos se tornem mais conscientes do compromisso e do valor desse sacramento.
“Sinto que devo reiterar a necessidade de um «novo catecumenato» em preparação para o casamento. Acolhendo os votos dos Padres do último Sínodo Ordinário, é urgente atuar concretamente aquilo que já foi proposto na Familiaris consortio(cf. n. 66), ou seja, que assim como para o batismo dos adultos o catecumenato faz parte do processo sacramental, também a preparação para o matrimônio se torne uma parte integrante de todo o procedimento sacramental do casamento, como antídoto que impede o multiplicar-se de celebrações matrimoniais nulas ou então inconsistentes” declarou Francisco por ocasião da inauguração do Ano Judicial do Tribunal da Rota Romana, em 21 de janeiro de 2017.
Os Itinerários Catecumenais para a Vida Matrimonial publicados pelo Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida pretendem ser uma resposta a esta preocupação do Santo Padre e uma ajuda para as dioceses no seu modo de pensar ou repensar o seu itinerário de preparação para o matrimônio. Porque, adverte o Papa Francisco no prefácio do documento, uma preparação “muito superficial” leva ao risco de celebrar “um casamento nulo” ou construído sobre “bases tão frágeis que desmoronem em pouco tempo”.
Com cerca de cem páginas, o texto gira em torno de três fases: a preparação para o casamento, a celebração do casamento e o apoio aos primeiros anos de vida conjugal, em particular “nas crises e nos momentos de desânimo”.
Ritos específicos para noivos
Entre as propostas está uma fase dirigida aos noivos, que ocorreria ao longo de um ano. Trata-se de uma preparação reforçada para o matrimônio, incluindo mais encontros e retiros, anúncio da fé, acesso aos sacramentos, uma abordagem psicológica para “conhecer mais profundamente as diversas atitudes psicológicas e afetivas típicas do homem e da mulher”, além de “ritos de passagem celebrados em comunidade”, como a entrega da Bíblia, bênção das alianças etc.
Entre os ritos a serem considerados, antes de chegar ao do casamento, podemos citar “a entrega de uma ‘oração do casal’, que os acompanhará no seu caminho”, propõe o documento. Uma excelente ideia que os noivos podem aproveitar!
Por que não escolher e adotar uma oração que acompanhe os noivos ao longo da preparação para o matrimônio e depois dela, ao longo da vida conjugal? Uma oração que possa ser feita em conjunto e em momentos especiais.
Alguns casais têm uma “música” particular que marca a história deles. Adotar uma oração que se assemelhe a eles é um bom primeiro passo para uma espiritualidade conjugal futura.
“Para poder ir em direção à plenitude, para criar uma verdadeira comunhão entre os esposos ao longo do tempo, para descobrir toda a grandeza e beleza do outro, para encontrar nele também a imagem de Deus, o caminho mais eficaz é o da oração ”, explica o padre Paul Habsburg.
“Quando os esposos aprenderem a estar unidos na alma, mesmo que um dia se sintam um pouco frágeis – divididos em sua ternura ou em suas opiniões – esta união de almas permanecerá um vínculo inabalável. Tornar-se-á o lugar mais íntimo da sua cumplicidade, porque Deus mora ali!”, explica o sacerdote.
Além disso, os autores do documento exortam as dioceses a terem a coragem de propor a castidade, “embora hoje esteja em conflito direto com a mentalidade comum”. Após o casamento, eles apresentam sugestões para manter a chama do amor viva: um diário para os cônjuges, a renovação das promessas matrimoniais nos aniversários mais importantes e roteiros específicos para casais em crise.
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