Depois de recriar o rosto de Nossa Senhora na adolescência e idade adulta, pesquisador brasileiro apresenta o rosto de Maria Menina
Ricardo Sanches / Aleteia
Pouco se sabe sobre a infância da Virgem Maria. As raras informações que temos são provenientes dos evangelhos apócrifos. Mesmo assim, existe uma grande devoção à Nossa Senhora Menina.
Mas qual era o rosto de Maria quando criança? Com base nos experimentos sobre o rosto de Maria na adolescência e na fase adulta, o professor e pesquisador brasileiro Átila Soares da Costa Filho agora apresenta o que seria o rosto de Maria Menina. As imagens são da fisionomia da Virgem quando ela tinha em torno dos cinco e dos 10 anos de idade.
Os estudos sobre o rosto de Maria
Os estudos para chegar às imagens que representam o rosto de Maria Menina levaram três meses e foram feitos com base no Santo Sudário e nos primeiros rostos de Nossa Senhora que o pesquisador já havia criado.
“O embasamento foi diretamente sobre estes meus resultados obtidos há um ano – por sua vez, apoiados no Sudário de Turim e pesquisas em 2010 do designer americano Ray Downing. Pegando estes rostos de Maria em versão adulta e adolescente, realizei várias experimentações com softwares de inteligência artificial e alta tecnologia de redes neurais convolucionais para rejuvenescimento. A seguir, outros programas para ajustes faciais e de edição de imagens e, finalmente, alguns retoques artísticos manuais de minha parte – a fim de melhor definir uma fisionomia antropologicamente verossímil de uma menina palestina de 2000 anos atrás, em dois momentos de sua infância”, explica o professor Átila Soares.
O pesquisador ainda acrescenta que o trabalho tem a aprovação de um especialista em estudos sobre o Sudário: “As conclusões do projeto na sua concepção foram aprovadas pelo maior sindonologista do mundo, o pesquisador e conferencista Barrie M. Schwortz, fotógrafo oficial do histórico Projeto STURP”, afirma o pesquisador.
Seria este o verdadeiro rosto de Maria Menina?
Quando perguntado sobre o que o leva a crer que estes seriam os verdadeiros rostos de Maria Menina aos cinco e dez anos de idade, Átila Soares da Costa Filho responde:
“O pensamento católico mais tradicional entende que, na verdade, Jesus teria recebido 50% do DNA de Maria, humana, e os outros 50% do Espírito Santo, imaterial, numa concepção completamente imaculada. Especificamente sobre isto, o Papa Pio IX, no ano de 1854, proclamará a bula Ineffabilis Deus, definindo a doutrina da Imaculada Conceição de Maria. Em tempo, lembremo-nos que Cristo era comumente referido como ‘da descendência (ou Casa) de Davi’, e ‘de linhagem real’ – apenas pelo lado da mãe. Somando-se a isto, Jesus jamais negou Sua herança judaica – fosse em qualquer nível -, o que nos leva a considerar, também, uma condição genética para o Cristo-homem em relação à pessoa de Maria. Segundo as Escrituras, José, por ser pai adotivo de Jesus, não teve participação biológica na formação carnal do Messias.
Então, restaria somente à Maria, sua mãe, esta atribuição no que tange a natureza humana de Cristo. Claro que sempre teremos discussões a este respeito, mas é bem razoável supor que o material biológico que definiria a aparência de Jesus, ao achar sua herança genética apenas em Maria (por ser humana e, não, imaterial), teria definido a aparência daquele – o ‘fruto do ventre’ – muito similar ao desta, sua única progenitora carnal.
Se acreditas que o Sudário tenha envolvido o corpo do Messias-Deus, então, segundo o frio entender da inteligência artificial, os rostos de Sua mãe foram estes em duas etapas da infância. Isto tudo, aliado ao embasamento teórico que obtive, sobretudo, de meus estudos sobre antropologia e o ponto de vista do Catecismo da Igreja e dos debates nos concílios, assim como o pensamento grego sobre estética, e a filosofia medieval sobre a Beleza.”
“Pessoa única”
O pesquisador ressalta que o Santo Sudário foi a razão absoluta de todo o seu estudo. O resultado aponta para uma imagem além dos traços fisionômicos comuns da população onde Maria viveu. Diz ele:
“Minha pesquisa não pretende mostrar apenas como Maria deve ter sido com base única no ‘padrão fisionômico da gente comum’ da Judeia ou Palestina há dois milênios. Minha pesquisa quer apontar para algo mais particular, exclusivista: a pessoa única de Maria de Nazaré, mãe do Filho de Deus. Apenas ela teria tido estes rostos, e mais ninguém”.
E houve uma característica particular do rosto de Maria Menina que surpreendeu o professor:
“O que posso expôr que tenha me causado certa surpresa é o aspecto de ‘travessura’ em seu rosto na fase dos 10 anos… Algo muito saudável e natural para qualquer criança. E, enquanto menina em torno dos cinco, a arrebatadora meiguice em seu olhar. Seja em uma ou outra, explorar estas novas possibilidades no que tangem seu aspecto físico é sempre altamente estimulante e regozijador”.
O pesquisador, enfim, espera que o público reaja bem ao seu novo trabalho. “Espero que a receptividade agora seja tão produtiva e positivamente marcante como foi na primeira experiência. Em outras palavras: com a leveza e a espontaneidade de alma das crianças – marca de todo católico tão amoroso à Mãe”, finaliza.