Para te ajudar a despertar o interesse em explorar cada vez mais a Palavra de Deus, compartilhamos alguns detalhes sobre as Escrituras
Por Alberto Andrade / A12 Redação
Em setembro, celebramos o mês dedicado à Bíblia. Neste período revivemos a memória de São Jerônimo, grande biblista na história da Igreja Católica. Ele sempre proclamava uma frase aos fiéis e a quem o escutava: “Ignorar as Escrituras é ignorar a Cristo”. A Sagrada Escritura tem seu fundamento em Jesus, Verbo encarnado que os profetas no Antigo Testamento tinham previsto.
Aqui no A12 você confere um artigo explicando a razão para a Bíblia Católica ter 73 livros sagrados, sendo 46 do Antigo Testamento e 27 do Novo Testamento.
Agora, listamos mais sete curiosidades para que você possa se interessar mais em ler, refletir e orar a Palavra de Deus e principalmente viver o que o Senhor nos fala em nosso cotidiano.
O que significa a palavra Bíblia?
Na antiga Fenícia (hoje correspondente ao Líbano), havia uma cidade chamada Biblos (βύβλος). Lá, se produzia uma planta que, depois de bem preparada, era usada para receber a escrita: o papiro.
As coleções de escritos em papiro eram chamadas de rolos ou “livros”. Por isso, Bíblia (βιβλία — palavra grega no plural) é um conjunto de rolos ou livros de papiros que formam uma pequena biblioteca em um só lugar.
Em qual período a Bíblia foi escrita?
A Sagrada Escritura começou a ser registrada entre o ano 1500 a.C. e o ano 150 d.C., aproximadamente. Ou seja, ela levou cerca de 1600 anos para ficar pronta.
A Bíblia já nasceu dividida em versículos e capítulos?
Não! Nos seus textos originais, a Escritura não tinha essa divisão. Entre 1227 e 1228, o teólogo Stephen Langton, bispo de Cantuária, na Inglaterra, realizou um detalhado trabalho para dividir a Bíblia inteira em capítulos. Apenas em 1551, Robert d’Etiénne, um tipógrafo francês, conseguiu dividir a Bíblia toda em versículos. Ele se baseou nos esforços de estudiosos judeus, conhecidos como massoretas, que já haviam esboçado uma divisão em versículos do Antigo Testamento nos séculos IX e X.
Qual o livro mais longo e o mais curto?
O título de maior livro são os Salmos. O livro contém hinos, louvores, orações de agradecimento, súplicas e cânticos, somando um total de 150 composições abordando diversos temas. Ele também celebra as maravilhas de Deus na história do Seu povo, bem como as experiências humanas vividas por essa comunidade.
Já o mais curto é a Terceira Epístola de João, com apenas 14 versículos. Mesmo curta, a carta têm orientações valiosas sobre a maneira como os cristãos devem apoiar e encorajar uns aos outros na fé, destacando a importância da verdade e do amor.
Em quais idiomas a Bíblia foi escrita?
Foram em três línguas. Os autores escreveram a maior parte do Antigo Testamento em hebraico antigo, incluindo o Pentateuco, os Livros Históricos, os Livros Proféticos e parte dos Livros Sapienciais.
Os escritores também usaram o aramaico para compor alguns trechos do Antigo Testamento, especialmente nos Livros de Daniel e Esdras.
Isso ocorreu durante o Exílio Babilônico e reflete a influência dessa língua na região. Já o Novo Testamento foi escrito em grego. Os autores compuseram os Evangelhos, as Epístolas e o Livro do Apocalipse nesse idioma, o que possibilitou uma ampla divulgação da mensagem de Jesus Cristo na época.
Por que Nossa Senhora é citada poucas vezes na Bíblia?
Apesar de sua grande importância no Cristianismo sendo a Mãe de Jesus e nossa Mãe, as palavras de Maria são concentradas em momentos-chave, como o Magnificat em Lucas 1,46.
A missão de Nossa Senhora está totalmente ligada a missão do seu próprio Filho. E uma das características mais bonitas da Mãe de Deus é exatamente essa, Maria ser a Virgem do silêncio, aquela cuja presença fala e muito ao nosso coração. Nesse material do A12, você confere mais detalhes.
Como interpretar a Sagrada Escritura?
À luz do Espírito Santo, da própria Igreja a partir da Tradição e do Magistério, é possível entender que existem passagens literais e simbólicas na Bíblia.
Isso significa que nem tudo nas Escrituras é para ser compreendido de maneira estritamente literal, pois possuem significados mais profundos, usando linguagem poética ou imagens que apontam para verdades espirituais.
Um exemplo disso está em Marcos 9,43, quando Jesus fala que “Se tua mão te leva a pecar, corta-a!”, não é para fisicamente realizar este corte, mas a real mensagem é que se amamos verdadeiramente a Deus, devemos detestar tudo o que O aborrece e O ofende, rompendo definitivamente com o pecado, principalmente atitudes com mais apego ou mesmo afetos impuros.