Emissora é hoje a 12ª mais ouvida do Rio, alcançando todo o Grande Rio, algumas cidades adjacentes e outros países
A Rádio Catedral nasceu há 23 anos no dia 8 de dezembro de 1992. Primeira e única rádio católica FM do Rio, foi criada pelo então arcebispo do Rio, Dom Eugenio de Araujo Sales, com a finalidade de ampliar a comunicação da arquidiocese e evangelizar aqueles que estão distantes.
Para celebrar o aniversário, está agendada uma missa para o dia 7 de dezembro, às 11h, na Paróquia do Sagrado Coração de Jesus, na Glória, presidida pelo vigário episcopal para a Comunicação Social e diretor-geral da Fundação Catedral, cônego Marcos William Bernardo, e concelebrada pelos padres diretores: José Brito Terceiro, diretor de programação, e Klepler Magalhães da Silva Porto Freitas, diretor administrativo e financeiro. O arcebispo do Rio, Cardeal Orani João Tempesta, conduzirá o Terço da Misericórdia, às 15h, junto aos fiéis.
“Vinte e três anos. Isso significa maturidade e responsabilidade. Maturidade porque ela vem ao longo desses anos procurando se aperfeiçoar no ponto de vista técnico e, ao mesmo tempo, uma responsabilidade porque temos a credibilidade junto ao público católico”, ressaltou o cônego Marcos William.
Com o auxílio dos fiéis, que garantem cerca de 85% dos recursos que a sustentam, a emissora é hoje a 12ª mais ouvida do Rio, alcançando todo o Grande Rio, algumas cidades adjacentes e outros países.
A gerente de jornalismo, Marcylene Capper, destacou dois fundamentos da emissora: difundir a fé cristã e formar cidadãos. Segundo ela, o diferencial é o cuidado com as pessoas na hora de informar, formar e entreter.
“Na parte de jornalismo, informamos com a perspectiva de auxiliar o crescimento das pessoas, principalmente na questão humana. Toda a base da emissora está na Doutrina Social da Igreja”, afirmou ela.
Para o locutor Ricardo Franco, é essencial a integração que o canal propicia aos movimentos e grupos da arquidiocese, além de interagir com outras cidades além da capital fluminense e todo o mundo, com a transmissão via internet pelo site e aplicativo de celular. “A Rádio Catedral é a voz da Igreja no Rio de Janeiro”, definiu.
23 anos
Quando o Cardeal Eugenio de Araujo Sales assumiu a arquidiocese, em 1971, não havia nenhum veículo de comunicação oficial. Houve a necessidade da criação de um meio de comunicação que tivesse grande alcance geográfico, sendo capaz de ampliar o trabalho de evangelização da Igreja. Por isso a opção pelo rádio. Para o ofício, o arcebispo convocou o cônego Abílio Soares de Vasconcelos, que ficou responsável por viabilizar a criação da rádio católica.
Só em 1992, Dom Eugenio conseguiu a concessão de uma estação, a 106,7 FM, instalada no Edifício João Paulo II, na Glória, onde fica até hoje. A antena de transmissão foi colocada no Morro do Sumaré. A missão seguinte foi arrecadar fundos para amparar a obra.
“Aos pouquinhos montamos uma campanha para comprarmos equipamentos. Cada fiel era o ‘amigo da rádio’ e doava R$ 1. Com isso, conseguimos comprar o melhor equipamento da época, que ocupou todo um andar do edifício. Assim, a Rádio Catedral foi ao ar”, contou cônego Abílio.
No início, era composta por uma programação de seis horas diárias com músicas seculares intercaladas com mensagens religiosas. Quatro anos após a inauguração, chegou a ser a sexta mais ouvida da cidade.
“Nossa finalidade era fazer com que ela fosse ouvida nos mercados e casas de comércio, onde há muita circulação de pessoas. Por isso, a grade era composta, majoritariamente, por músicas clássicas e populares, interpostas pela palavra de um padre, um bispo ou frases bíblicas. Era uma rádio para que todos ouvissem, e aqueles se interessassem pelas mensagens curtas, porém direcionadas, fossem evangelizados”, explicou o sacerdote.
Hoje, o canal atua com sistema operacional moderno, garantindo maior eficiência na propagação do sinal, e os quatro estúdios, um para programas ao vivo, dois de gravação e outro de sonoplastia.
“Para mim é uma alegria saber que a Rádio Catedral continua crescendo e evangelizando”, concluiu o cônego.
Programação e evangelização
A programação da Rádio Catedral é composta por programas de músicas religiosas e seculares, entrevistas, debates, formação catequética e doutrinal, informação e entretenimento, além de momentos de oração. Os mais ouvidos são o “Terço da Misericórdia”, veiculado de segunda a sexta, às 15h, e o “Experiência com Deus”, com padre Reginaldo Manzotti, transmitido nos mesmos dias, às 10h.
De acordo com a coordenadora de programação, Fátima Lima, a programação segue três eixos: espiritualidade, música e notícia. Para isso, há uma variação grande de programas que evangelizam de forma “direta e indireta”.
“Ao mesmo tempo em que temos programas de notícias, de entretenimento e outros que discutem questões sociais, também trabalhamos com a espiritualidade, que é a evangelização direta”, explicou Fátima.
Para padre Brito, o objetivo principal do veículo é a evangelização. Segundo ele, é importante criar uma rede, na qual os funcionários são agentes catequizadores que instigam os ouvintes a também anunciar a fé cristã.
Essa manifestação, segundo padre Klepler, é importante por ultrapassar os muros das igrejas. “A Rádio Catedral alcança lugares que não conseguiríamos ir estando restritos aos templos”.
Família Catedral
Atualmente, a Fundação Rádio Catedral conta com 77 funcionários, distribuídos entre diversos setores administrativos e de produção, além dos voluntários que apresentam e participam de programas.
Valorizar as relações interpessoais daqueles que estão por trás dos microfones, segundo cônego Marcos William, é fundamental “para que os componentes da comunicação tenham uma vivência do que significa a Rádio Catedral e para que o anúncio de Deus que vai ao ar seja eficaz”.
Essa preocupação de querer transmitir uma mensagem de fé àqueles que não têm condição de sair de casa, ou que estão doentes, ou sozinhos é o mais gratificante para Fátima. “É uma alegria levar a presença de Jesus através das ondas do rádio”.
O atendente da rádio, Richard Calixto, também destacou o fato de a obra de evangelização chegar a lugares bem distantes. Ele citou uma expectadora que ouve a Rádio Catedral nos Estados Unidos pelo aplicativo de celular, e liga pedindo orações. “É um trabalho especial porque notamos a mudança positiva que causamos, ajudando as pessoas nas ligações que atendemos”, disse.
Amigos da Rádio
“Amiga da Rádio” desde 1998, Olímpia Gonçalves de Carvalho, da Paróquia Imaculada Conceição de Maria, no Méier, disse que passou a contribuir financeiramente à fundação a partir da campanha promovida por cônego Abílio.
Ela contou que sintoniza na estação 106,7 FM todos os dias a partir de 7h, para participar da missa transmitida e acompanhar o restante da programação. Para dona Olímpia, todos os programas são bons, e não consegue escolher um preferido, mas mencionou o “Em Dia com a Notícia”, porque gosta do entusiasmo dos apresentadores.
A Rádio Catedral funciona como uma companhia para ela enquanto realiza as tarefas do lar. “Escutar uma mensagem de fé sintonizada na rádio me dá esperança”, disse.
“Nossa maior alegria é levar para o ouvinte o que realmente importa na vida: Deus. Ser canal dessa graça é muito gratificante”, concluiu Ricardo.
Por: Luis Pedro Rodrigues | Foto: Gustavo de Oliveira