São Paulo Apóstolo, por exemplo, não era um dos Doze: tudo depende de como definimos “apóstolo”
Philip Kosloski / Aleteia
O Novo Testamento descreve claramente que Jesus designou 12 apóstolos para pregarem a boa nova a toda criatura. No entanto, a Igreja frequentemente usa a palavra “apóstolo” em referência também a outros santos, levantando uma questão pertinente: afinal, quantos “apóstolos” existem?
A palavra “apóstolo” deriva do verbo grego apostello, que quer dizer “enviar”. Um apóstolo, portanto, é um “enviado” por Deus para pregar o Evangelho a todas as nações. Geralmente, o termo se refere aos 12 apóstolos originais, escolhidos por Jesus e enviados por Ele a anunciar a Sua Boa Nova.
No entanto, o Novo Testamento estende o termo “apóstolos” a vários outros discípulos de Cristo.
Em primeiro lugar, após a ascensão de Jesus ao céu, os onze restantes, já sem Judas, o traidor, nomeiam Matias como sucessor. Eles explicam que precisavam de “um dos homens que nos acompanharam durante todo o tempo em que o Senhor Jesus esteve entre nós, desde o batismo de João até o dia em que dentre nós foi arrebatado — um desses os homens deve tornar-se conosco testemunha da Sua ressurreição” (cf. Atos 1,21-22). Matias encontrou Cristo e recebeu a mesma missão dos outros onze.
O Novo Testamento também nos apresenta mais apóstolos, como São Paulo, que aplica esse título a si mesmo: “Não sou eu livre? Não sou um apóstolo? Não vi Jesus, nosso Senhor?” (cf. 1 Coríntios 9,1).
Além de Matias e Paulo, outro indivíduo é chamado de apóstolo: “quando os apóstolos Barnabé e Paulo ouviram isso…” (cf. Atos 14,14). Pouco se sabe sobre Barnabé, mas o fato de que o autor dos Atos dos Apóstolos o rotule como tal sugere que Barnabé tinha qualificações à altura.
Oficialmente, a Igreja para por aí e qualifica os seguintes santos como “apóstolos”, de acordo com esta definição: Pedro; André; Tiago, filho de Zebedeu; João; Filipe; Bartolomeu; Tomé; Mateus; Tiago, filho de Alfeu; Judas Tadeu; Simão, o zelote; Matias; Paulo; Barnabé.
Ao mesmo tempo, a Igreja às vezes chama outros santos de “apóstolos” não com o sentido estrito da descrição bíblica, mas de acordo com a definição básica da palavra: uma pessoa que é “enviada” para pregar o Evangelho. É o caso, por exemplo, dos “12 Apóstolos da Irlanda” ou de Maria Madalena, venerada como a “Apóstola dos Apóstolos”.
No fim das contas, esse importantíssimo título tem vários significados, todos eles remetendo à missão essencial do apóstolo: ser o evangelizador que leva a Boa Nova de Jesus Cristo a todos a quem encontra.