Presentes de Roma: o novo Santoral Capuchinho e a chegada das relíquias de Sao Pio de Pietrelcina e São Leopoldo Mandic

Frei Roberto Genuin, Ministro Geral da Ordem reeleito, entrega, em 31 de agosto, ao Papa Francisco um exemplar do livro “Sulle Orme dei Santi” (Nos Passos dos Santos), durante o 86° Capítulo Geral realizado em Roma. | Fotos: Divulgação

“Nós frades da Província de Nossa Senhora dos Anjos, paroquianos e fiéis amigos do Santuário Basílica de São Sebastião dos Capuchinhos, temos a alegria de ver inscrito nesse livro o Servo de Deus Frei Nemésio Bernardi.”

Por Frei Almir da Silva

A Santa Mãe Igreja apresenta para nós o exemplo de tantos homens e mulheres que se colocaram no seguimento a Cristo e pelo serviço ao Reino de Deus. Ela não apenas apresenta esses modelos; faz também reforçar o convite feito por Deus: “Fostes santificados e vos tornastes santos, pois que Eu sou santo… vos fiz sair da terra do Egito para ser o vosso Deus: sereis santos, porque Eu sou Santo” (Lv 11,44-45). O mesmo convite nos faz Jesus: “Sede perfeitos como o vosso Pai Celeste é perfeito” (Mt 5,48). O Apóstolo Pedro nos deixa em sua carta: “Antes, como é santo aquele que vos chamou, tornais-vos também vós santos em todo o vosso comportamento” (1Pd 1,15).

A devoção aos santos canonizados pela Igreja surge nos primeiros séculos de nossa origem e até os dias atuais vem se renovando e elencando novos nomes ao rol dos Santos e Santas da Igreja Católica Apostólica Romana. A devoção a um desses santos(as) apresentados é inicialmente uma profunda intimidade e amizade que cada fiel pode ter, sendo esta de caráter pessoal que nos faz aproximar de um santo em particular e que por essa amizade nos aproximamos mais de Deus ao ver as graças concedidas por Ele a este amigo(a) de fé.

Desde os primórdios da Santa Igreja, pelos exemplos dos apóstolos, mártires, confessores, pais e mães do deserto e nas inúmeras Ordens e Congregações, a cada ano novos exemplos de homens e mulheres são canonizados pelos Sumos Pontífices, graças ao exemplo de vida, virtude e fé deixado por eles e elas são elevadas às honras do altar.

A nossa Ordem tem sido pela Graça de Deus presenteada com inúmeros santos e santas que nos ensinam a viver mais de perto a Regra do Santo Evangelho seguindo o modelo do Seráfico Pai São Francisco de Assis e de nossa Mãe Santa Clara. Neste ano, no 86° Capítulo Geral da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos em Roma, foi publicado um Santoral Capuchinho com o nome dos Santos(as), Beatos(as), Veneráveis e Servos de Deus.

Este livro, com o título “Sulle Orme dei Santi” (Nos Passos dos Santos) ainda em edição italiana, conta a vida, as virtudes desses homens e mulheres que fazem parte desta Ordem rumo a seus 500 de aprovação pela Bula “Religionis Zelus”. Nós, frades da Província de Nossa Senhora dos Anjos, paroquianos e fiéis amigos do Santuário Basílica de São Sebastião dos Capuchinhos, temos a alegria de ver inscrito nesse livro o Servo de Deus Frei Nemésio Bernardi.

Em visita ao Santo Padre o Papa Francisco, o Ministro Geral da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos Frei Roberto Genuin entregou-lhe em mãos um exemplar desse livro. Os Ministros Provinciais e Custódios também receberam um exemplar para ficar nas bibliotecas das respectivas Cúrias.

Ainda nessa mesma visita a Roma no Capítulo Geral, Frei Arles Dias de Jesus trouxe para o Santuário Basílica uma Relíquia de Primeiro Grau de São Pio de Pietrelcina e de São Leopoldo Mandic (ou Castelnuovo). Serão apresentadas aos fiéis no próximo dia 23 de setembro na missa das 18h.

Afinal o que a Igreja nos fala sobre as Relíquias dos Santos e Santas?

Como lemos anteriormente, dessa forma, nesses santos e santas de Deus, pode-se dizer que “brilha a santidade da Igreja” (Catecismo da Igreja Católica, 867), e essa os apresenta como “modelos e intercessores” (CIC, 828) de todos aqueles que buscam um caminho de perfeição e imitação de Cristo, pois “aquele que afirma permanecer n’Ele deve viver como Ele viveu” (1Jo 1,8). Com isso, a devoção aos santos nos ajuda no percurso de santificação.

“As relíquias na Igreja sempre receberam particular veneração e atenção”, recorda o documento, “porque o corpo dos Beatos e dos Santos, destinados à restauração, tem na terra o templo vivo do Espírito Santo e instrumento de sua santidade, reconhecida pela Sé Apostólica através da beatificação e a canonização”. (Instrução do documento “Relíquias na Igreja: Autenticidade e Conservação” – Congregação para a Causa dos Santos).

Seguindo o conselho da Igreja que se mantenha em vigor a prática de, nas igrejas, exporem à veneração dos fiéis as relíquias e imagens sagradas. Contudo, o Código de Direito Canônico, logo que dispõe sobre essa veneração, já adverte para que não se provoque a admiração do povo cristão, nem se permita a devoção menos correta. Isso porque, ao tratar da veneração das relíquias, não podemos nos deixar confundir por amuletos ou superstições.

A Igreja tem pelas relíquias um especial apreço, pois estas nos fazem olhar a maravilha que Deus opera através do exemplo da vida de santos e santas que se colocaram no seguimento de Nosso Senhor Jesus Cristo.

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