“Nós frades da Província de Nossa Senhora dos Anjos, paroquianos e fiéis amigos do Santuário Basílica de São Sebastião dos Capuchinhos, temos a alegria de ver inscrito nesse livro o Servo de Deus Frei Nemésio Bernardi.”
Por Frei Almir da Silva
A Santa Mãe Igreja apresenta para nós o exemplo de tantos homens e mulheres que se colocaram no seguimento a Cristo e pelo serviço ao Reino de Deus. Ela não apenas apresenta esses modelos; faz também reforçar o convite feito por Deus: “Fostes santificados e vos tornastes santos, pois que Eu sou santo… vos fiz sair da terra do Egito para ser o vosso Deus: sereis santos, porque Eu sou Santo” (Lv 11,44-45). O mesmo convite nos faz Jesus: “Sede perfeitos como o vosso Pai Celeste é perfeito” (Mt 5,48). O Apóstolo Pedro nos deixa em sua carta: “Antes, como é santo aquele que vos chamou, tornais-vos também vós santos em todo o vosso comportamento” (1Pd 1,15).
A devoção aos santos canonizados pela Igreja surge nos primeiros séculos de nossa origem e até os dias atuais vem se renovando e elencando novos nomes ao rol dos Santos e Santas da Igreja Católica Apostólica Romana. A devoção a um desses santos(as) apresentados é inicialmente uma profunda intimidade e amizade que cada fiel pode ter, sendo esta de caráter pessoal que nos faz aproximar de um santo em particular e que por essa amizade nos aproximamos mais de Deus ao ver as graças concedidas por Ele a este amigo(a) de fé.
Desde os primórdios da Santa Igreja, pelos exemplos dos apóstolos, mártires, confessores, pais e mães do deserto e nas inúmeras Ordens e Congregações, a cada ano novos exemplos de homens e mulheres são canonizados pelos Sumos Pontífices, graças ao exemplo de vida, virtude e fé deixado por eles e elas são elevadas às honras do altar.
A nossa Ordem tem sido pela Graça de Deus presenteada com inúmeros santos e santas que nos ensinam a viver mais de perto a Regra do Santo Evangelho seguindo o modelo do Seráfico Pai São Francisco de Assis e de nossa Mãe Santa Clara. Neste ano, no 86° Capítulo Geral da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos em Roma, foi publicado um Santoral Capuchinho com o nome dos Santos(as), Beatos(as), Veneráveis e Servos de Deus.
Este livro, com o título “Sulle Orme dei Santi” (Nos Passos dos Santos) ainda em edição italiana, conta a vida, as virtudes desses homens e mulheres que fazem parte desta Ordem rumo a seus 500 de aprovação pela Bula “Religionis Zelus”. Nós, frades da Província de Nossa Senhora dos Anjos, paroquianos e fiéis amigos do Santuário Basílica de São Sebastião dos Capuchinhos, temos a alegria de ver inscrito nesse livro o Servo de Deus Frei Nemésio Bernardi.
Em visita ao Santo Padre o Papa Francisco, o Ministro Geral da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos Frei Roberto Genuin entregou-lhe em mãos um exemplar desse livro. Os Ministros Provinciais e Custódios também receberam um exemplar para ficar nas bibliotecas das respectivas Cúrias.
Ainda nessa mesma visita a Roma no Capítulo Geral, Frei Arles Dias de Jesus trouxe para o Santuário Basílica uma Relíquia de Primeiro Grau de São Pio de Pietrelcina e de São Leopoldo Mandic (ou Castelnuovo). Serão apresentadas aos fiéis no próximo dia 23 de setembro na missa das 18h.
Afinal o que a Igreja nos fala sobre as Relíquias dos Santos e Santas?
Como lemos anteriormente, dessa forma, nesses santos e santas de Deus, pode-se dizer que “brilha a santidade da Igreja” (Catecismo da Igreja Católica, 867), e essa os apresenta como “modelos e intercessores” (CIC, 828) de todos aqueles que buscam um caminho de perfeição e imitação de Cristo, pois “aquele que afirma permanecer n’Ele deve viver como Ele viveu” (1Jo 1,8). Com isso, a devoção aos santos nos ajuda no percurso de santificação.
“As relíquias na Igreja sempre receberam particular veneração e atenção”, recorda o documento, “porque o corpo dos Beatos e dos Santos, destinados à restauração, tem na terra o templo vivo do Espírito Santo e instrumento de sua santidade, reconhecida pela Sé Apostólica através da beatificação e a canonização”. (Instrução do documento “Relíquias na Igreja: Autenticidade e Conservação” – Congregação para a Causa dos Santos).
Seguindo o conselho da Igreja que se mantenha em vigor a prática de, nas igrejas, exporem à veneração dos fiéis as relíquias e imagens sagradas. Contudo, o Código de Direito Canônico, logo que dispõe sobre essa veneração, já adverte para que não se provoque a admiração do povo cristão, nem se permita a devoção menos correta. Isso porque, ao tratar da veneração das relíquias, não podemos nos deixar confundir por amuletos ou superstições.
A Igreja tem pelas relíquias um especial apreço, pois estas nos fazem olhar a maravilha que Deus opera através do exemplo da vida de santos e santas que se colocaram no seguimento de Nosso Senhor Jesus Cristo.