Por que a data da Páscoa não é fixa?

Trata-se, basicamente, de uma combinação de dois fatores: astronomia e tradição judaica

Francisco Vêneto / Aleteia

Enquanto o nascimento de Jesus é sempre celebrado pela Igreja Católica no dia 25 de dezembro, a Sua Ressurreição não tem uma data fixa no calendário litúrgico. Ela sempre é comemorada num domingo, mas a data exata varia conforme o ano.

E qual é o motivo disso?

Trata-se, basicamente, de uma combinação de dois fatores: astronomia e tradição judaica.

É que a Páscoa judaica rememora a libertação do povo hebreu que estava escravizado no Egito, bem como a sua milagrosa passagem pelo Mar Vermelho, que se abriu para deixá-los atravessar a pé e voltou a fechar-se quando se aproximaram as tropas do Faraó que os perseguiam.

A tradição judaica registrou este episódio extraordinário como tendo acontecido na primeira lua cheia após o equinócio da primavera no hemisfério norte (ou, no hemisfério sul, após o equinócio de outono).

Equinócio é o momento do ano em que o planeta Terra não apresenta inclinação alguma em relação ao Sol, o que faz com que os raios solares incidam perpendicularmente à linha do Equador e distribuam o mesmo tempo de luz nos dois hemisférios. A palavra, aliás, vem do latim “aequus” (igual) e “nox” (noite), significando a data em que a noite tem exatamente a mesma duração que o dia. Este fenômeno acontece duas vezes por ano: entre os dias 19 e 21 de março e entre 20 e 23 de setembro, marcando o começo do outono ou da primavera, a depender do hemisfério.

Jesus morreu na sexta-feira que antecedia a Páscoa judaica e ressuscitou no domingo. Por isso, a Igreja estabeleceu que a Páscoa cristã se comemora no domingo seguinte à primeira lua cheia após o equinócio de março, que corresponde ao da primavera no hemisfério norte e ao de outono no sul.

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