Restauradora da imagem histórica de São Sebastião realiza ação preventiva com objetivo de retardar a deterioração das esculturas
Por Rachel Lopes de Araújo / Fotos: Emilton Rocha
Atualmente, as imagens da Basílica de São Sebastião Frades Capuchinhos estão passando pelo processo de higienização, liderado pela historiadora e restauradora Maria das Graças Nascimento Costa que conta com a preciosa ajuda dos auxiliares Frederico Araújo e Elizabete Candida. A limpeza das esculturas, que começou em junho, é uma ação preventiva que tem como objetivo retardar a deterioração e prevenir possíveis danos ao patrimônio de nossa Igreja.
A equipe da Pastoral de Comunicação conferiu de perto o trabalho da especialista – responsável também pela restauração da imagem original de São Sebastião, trazida por Estácio de Sá, e a entrevistou para saber mais sobre esta bela e minuciosa tarefa.
PASCOM – Em que consiste o processo de higienização?
Maria das Graças Costa – A partir do momento que uma imagem ou escultura chega ao restaurador este fica responsável não só pelo objeto, mas também para com o responsável legal, neste caso específico, as obras pertencem ao acervo Santuário Basílica de São Sebastião Frades Capuchinhos. A conservação consiste em ações com a finalidade de retardar a deterioração e prevenir possíveis danos, criando condições adequadas para o retardamento de diferentes fatores e os seus efeitos sobre as imagens.
PASCOM – Qual a diferença da higienização para a restauração?
MG: O restaurador pode atuar de diferentes maneiras na preservação de bens culturais ou obras de arte que lhe foram confiados, seja pela conservação preventiva (higienização), prevenção curativa (eliminação de xilófagos) ou restauro, que consiste na ação direta sobre um objeto deteriorado ou danificado com a intenção de facilitar a sua compreensão e significado histórico, com o maior respeito possível pela sua estética, história e integridade física.
PASCOM – Ao todo, quantas imagens estão sendo higienizadas na Basílica?
MG – A princípio, seis altares com 19 imagens
PASCOM – Existe uma equipe nesse trabalho?
MG – Sim. A equipe é formada pelos auxiliares indicados pelo nosso pároco, Frei Arles Dias de Jesus: Frederico Pereira de Araújo e Elizabeth Candida. Vale ressaltar que, durante o trabalho, eles utilizam os equipamentos de segurança de trabalho (EPIs) necessários como jaleco, luvas, máscara e gorro, entre outros.
PASCOM – Qual a importância desse trabalho para manter o patrimônio da Igreja?
MG – A higienização é uma conservação preventiva que consiste em retardar a deterioração das imagens. Em complemento a este trabalho, estou fazendo um estudo aprofundado sobre cada imagem, sua localização, histórico, bem como uma análise estrutural e de suas patologias, cujo diagnóstico do seu atual estado pode ou não ser necessário restabelecer ou resgatar suas características originais, recorrendo para isso, a métodos cujas diretrizes baseio-me nos teóricos e nas cartas internacionais sobre a salvaguarda do patrimônio artístico integrado.
PASCOM – Com qual periodicidade é feito ou esta é a primeira vez que você lidera esse processo?
MG – Esta a primeira intervenção no Santuário Basílica de São Sebastião.
PASCOM – Além da restauração da imagem original de São Sebastião, qual outro trabalho de grande relevância que você realizou que podemos destacar?
MG – Também fui a técnica responsável pela restauração da imagem de NOSSA SENHORA DA CABEÇA SEC XVIII – madeira policromada, portuguesa pertencente ao acervo da Igreja Nossa Senhora do Carmo da Antiga Sé.
PASCOM – Você tem planos de escrever um livro – é isso? Conte-nos mais sobre esse projeto. Qual o objetivo da obra?
MG: Sim. Diante da magnitude da história da Igreja desde o Morro do Castelo até os dias de hoje, como Santuário Basílica de São Sebastião – Frades Capuchinhos, onde encontramos não só as relíquias, tais como, o Marco da Cidade, a Imagem Histórica de São Sebastião do séc. XVI, os restos mortais de Estácio de Sá, as belezas das obras de arte em Mosaico, Vitrais e Afrescos entre outras tantas, são merecedoras de uma pesquisa aprofundada para elaboração de um livro.
PASCOM – Você já iniciou o livro? Tem prazo para publicação?
MG – A ideia já foi formada, algumas pesquisas já estão em andamento e depende das próximas reuniões a serem realizadas no Santuário Basílica, mas ainda não tenho data precisa para a publicação da obra.
Ao final da entrevista, Maria das Graças deixou seu agradecimento. “Gostaria de agradecer ao Ministro Provincial Frei Luiz Carlos Siqueira e ao Guardião da Fraternidade, Frei Arles Dias de Jesus, que tiveram a compreensão para tornar possível toda dinâmica deste trabalho.”