Arcebispo emérito de Salvador e ex-presidente da CNBB dedicou sete décadas da sua vida para o serviço a Igreja
Por A12 Redação
Em nota divulgada pela Arquidiocese de Londrina (PR) na manhã deste sábado (26), foi confirmado o falecimento do Cardeal Geraldo Majella Agnelo, arcebispo emérito de Salvador (BA) e que presidiu a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) entre 2003 e 2007.
A saúde do bispo de 89 anos se agravou em dezembro do ano passado, quando sofreu um Acidente Vascular Cerebral (AVC). Dom Geraldo estava em cuidados intensivos, recebendo oxigênio, internado em sua residência pelo Serviço de Atendimento Domiciliar por uma equipe especializada. Ainda não há informações sobre a missa exequial e o local do sepultamento.
Nascido em Juiz de Fora (MG) em 19 de outubro de 1933, após nove anos no Seminário, foi ordenado padre em 29 de junho de 1957, na Catedral de São Paulo (SP), por Dom Antônio Maria Alves de Siqueira, Arcebispo Auxiliar de São Paulo.
“Desde a infância eu dizia ‘vou ser padre’, eu já aspirava à dedicação ao sacerdócio. Naquele tempo, havia um padre que era o capelão das religiosas, que tinham um colégio em Juiz de Fora (MG). Todos os dias, eu ajudava nas missas celebradas por ele. Estava já naquele tempo me dedicando à vocação para o sacerdócio. Tão pequeno, mas já estava dedicado ao sacerdócio”, disse Cardeal Geraldo em uma entrevista para a Arquidiocese de Londrina em 2017.
Como sacerdote, exerceu diversos cargos como diretor espiritual, assistente eclesiástico, professor de Teologia, membro da Comissão de Liturgia da Arquidiocese paulistana, entre outros.
Sua ordenação episcopal foi realizada em 6 de agosto de 1978, através das mãos do Arcebispo Dom Paulo Evaristo Arns. Tomou posse como Arcebispo de Londrina (PR) em 28 de outubro de 1983. Após ocupar funções importantes na Liturgia do Conselho Episcopal Latino-Americano e Caribenho (CELAM), em 1999 foi nomeado como Arcebispo de Salvador, onde ficou até ter a renúncia aceita em 2011. De 2014 até o seu falecimento, Cardeal Geraldo escolheu residir em Londrina (PR).
A CNBB enviou uma nota de pesar e condolências, na qual presta homenagem e gratidão ao arcebispo, para a Arquidiocese de São Salvador (BA), aos familiares, fiéis e a todo povo de Deus.
“Damos graças a Deus pela doação deste irmão no episcopado que entregou sua vida à Igreja no Brasil e no mundo. Dom Geraldo foi destacado, nos lugares onde serviu como padre e bispo, por sua afabilidade e pela virtude de criar laços de amizade e comunhão entre as pessoas.
Sua vida foi marcada por um grande amor à Igreja e uma contínua dedicação às coisas da Igreja, a serviço da fé e ao testemunho da vida cristã. Dom Geraldo mostrou sempre grande zelo pela Liturgia, pela boa formação dos sacerdotes e do povo católico e pela irrestrita fidelidade ao Papa e à Igreja. Foi um intérprete da reta reforma litúrgica, desejada pelo Concílio Vaticano II.
Rogamos a Deus que conforte os corações de amigos, fiéis e familiares e dê ao nosso irmão a glória do descanso eterno e de ser exaltado nos céus”, disse um trecho da nota.