Ele é ministro da Comunhão, mas dentro de casa agride a esposa

É uma hipocrisia daquelas que Jesus tanto censurou nos fariseus e doutores da lei, afirma o pe. Cido

Santíssima Eucaristia / Eric Mok | Unsplash

Pe. Cido Pereira / Aleteia

Uma leitora da coluna de perguntas e respostas do pe. Cido Pereira no portal O São Paulo apresentou um questionamento muito triste ao sacerdote:

“Padre, tenho um amigo que é ministro extraordinário da Sagrada Comunhão, só que dentro de casa ele fala coisas horríveis e agride muito a esposa com palavras. Como ele pode ir levar o Corpo de Cristo a alguém se dentro de casa ele é uma pessoa muito ruim?”

Padre Cido assim abordou esse escândalo, daqueles que, obrigando-se a ser exemplos de vida e santidade, traem a Deus na própria casa:

“Esse caso me faz pensar da mania que muitos têm de vender uma imagem bem maquiada de si mesmos para os que não são próximos. Quantas amigas elogiam o marido de uma mulher, mostrando como ele é gentil, atencioso, generoso, sempre disponível para ajudar. E a pobre esposa, lá no seu coração, se pergunta: ‘Será que elas estão falando mesmo do meu marido? Em casa ele é grosseiro, me humilha. Vive distante, indiferente comigo’”.

Depois de trazer esse exemplo, o sacerdote observou que, lamentavelmente, casos semelhantes também acontecem na Igreja – e chegam a ser frequentes:

“Minha irmã, o caso desse ministro é mais comum do que você pensa. E é muito triste, pois se trata de uma hipocrisia daquelas que Jesus tanto censurou nos fariseus e doutores da lei”.

No entanto, em vez de ater-se à mera constatação resignada e passiva do problema, o pe. Cido propôs à leitora (e a todos nós) uma postura pró-ativa para ajudar a saná-lo:

“Isso faz pensar na atenção que uma comunidade deve ter na escolha e na nomeação dos ministros extraordinários da Palavra e da Sagrada Comunhão. E digo mais: em vez de se criar um clima ruim na comunidade, comentando a contradição da vida deste ministro, fica mais fraterno que você fale ao pároco sobre ele, a sós”.

O sacerdote prosseguiu, finalizando:

“Esse caso também ajuda a explicar por que é preciso não prolongar muito o mandato dos ministros, pois assim se evitam problemas como esse.

O ministro extraordinário da Sagrada Comunhão ocupa um lugar de destaque na comunidade. Ele precisa dar um lindo testemunho de fé na Eucaristia, de esperança cristã e de amor a Deus e ao próximo, a começar do próximo mais próximo dele, que é a mulher à qual ele jurou amor e respeito por todos os dias.

Ore por esse irmão, Aparecida! Que Deus faça com que ele tome consciência da dignidade com que deve viver a sua missão. Fique com Deus!”.

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