Dom Orani abre a Trezena de São Sebastião na igreja que conserva as relíquias das origens da cidade
Por Carlos Moioli*
A 13ª edição da Trezena do padroeiro da cidade e da Arquidiocese do Rio de Janeiro, que neste ano tem como tema: “São Sebastião, arauto da comunhão”, foi aberta pelo arcebispo metropolitano, Cardeal Orani João Tempesta, no Santuário Basílica de São Sebastião, na Tijuca, no dia 7 de janeiro.
“Com essa celebração abrimos oficialmente nesta igreja histórica a Trezena de nosso padroeiro, que conserva as relíquias da origem da cidade, os restos mortais do fundador, Estácio de Sá, o marco de fundação e a provável imagem trazida pelos portugueses para a fundação da cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro”, disse o arcebispo.
Ainda no início da celebração, Dom Orani recordou que 2022 marca o centenário da última missa realizada na Igreja de São Sebastião, no Morro do Castelo, demolida numa reforma urbanística em 1922, depois construída na Tijuca, sempre sob os cuidados dos frades capuchinhos.
“Passados cem anos, a Igreja de São Sebastião, agora elevada à categoria de santuário e basílica menor, continua firme com a missão de evangelizar a Boa Nova por meio da devoção e espiritualidade do santo mártir. Essa igreja é um testemunho de que o Senhor continua presente na história da cidade e de cada um de nós”, disse.
A missa foi concelebrada pelo reitor e pároco do Santuário Basílica de São Sebastião, frei Jorge de Oliveira, e contou com as presenças dos seminaristas Rafael de Almeida Brasil e Ygor Gomes dos Santos, ordenados diáconos no dia 8 de janeiro.
Sentido da vida
Na reflexão do Evangelho que retrata a cura do leproso, Dom Orani observou que hoje as pessoas estão cansadas e desanimadas não só por questões financeiras ou pelas limitações da pandemia, mas por perder o sentido da própria vida.
“A cura do leproso é um dos sinais da cura que o Senhor quer fazer na vida das pessoas e que a Igreja tem a missão de dar continuidade. Jesus quer curar todos os males, independente das circunstâncias, para que a beleza de Deus possa voltar a resplandecer no coração das pessoas. Uma cura que faz as pessoas olharem com esperança para o futuro e encontrarem em Deus o sentido da vida”, disse.
A exemplo de São Sebastião, destacou o arcebispo, os cristãos são chamados a darem testemunhos da beleza do amor de Deus, mesmo diante das dificuldades da vida. Na certeza de que mesmo passando pelo vale das tribulações ou da morte, o Senhor sempre está presente.
“São Sebastião foi fiel até o fim. Ele sabia dos riscos que corria, mas tinha convicção de sua fé e seguiu em frente. Perseguido, foi condenado à morte, mas continuou anunciando e dando testemunho de Jesus mesmo depois que as flechas não o mataram. Ele fez isso porque tinha certeza que Jesus Cristo era o sentido de sua vida”, disse.
Dom Orani concluiu sua homilia convidando os fiéis a “viverem com alegria a vida divina que cada um recebeu no Batismo”. De viver o “aqui e agora” a vida eterna, de “serem homens e mulheres que fazem a vontade do Senhor”.
Trezena
A Trezena de São Sebastião começou no dia 7 de janeiro e irá percorrer, até o dia 19, conduzida por Dom Orani e comitiva, várias paróquias, capelas, hospitais, órgãos públicos, emissoras de comunicação, entre outros locais, em preparação à festa do padroeiro.
Festa do padroeiro
Ainda por causa das restrições da pandemia, foi cancelada a tradicional procissão do santo padroeiro que sai do Santuário de São Sebastião, na Tijuca, até a Catedral de São Sebastião, no Centro.
De acordo com a programação da Arquidiocese do Rio, no dia 20 de janeiro, haverá uma carreata que sairá da Paróquia Nossa Senhora da Conceição, em Santa Cruz, na Zona Oeste, às 14h30, em direção à Catedral, no Centro, concluindo com missa solene, às 17h.
*Carlos Moioli é Diretor de Jornalismo da Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro