Existem indícios bastante sólidos de que possa ser, de fato, uma das relíquias mais preciosas de todos os tempos, uma vez que são muito altas as probabilidades de que tenha sido este o pano em que foi envolto o corpo do Filho de Deus no sepulcro
J-P Mauro / Aleteia
Será lançado em novembro um documentário que examina a autenticidade do Sudário de Turim, que muitos acreditam ser o original em que o corpo de Jesus foi envolto para o seu sepultamento na Sexta-Feira da Paixão.
O filme, “The Shroud: Face to Face” (O Sudário: Face a Face), é de Robert Orlando, que já escreveu um livro com o mesmo título. A produção deve explorar muitos aspectos do Sudário e da sua história, como a fracassada tentativa, em 1988, de datá-lo mediante o uso de carbono-14.
Segundo a agência católica CNA, um teaser do filme foi exibido na conferência anual de verão do Napa Institute, com a presença de Orlando para falar do trabalho. Durante uma sessão de perguntas após a exibição, ele comparou o estilo investigativo do documentário ao sempre popular gênero “true crime”. Ele acrescentou que a inspiração para fazer o filme veio do seu amor pela investigação e pelas “grandes questões” que se fortaleceram na sua vida após a morte de seu pai, em referência aos mistérios da fé.
Roberto Orlando explicou que o conteúdo inclui descobertas recentes sobre a imagem do Sudário, que só pode ser vista em negativo fotográfico. Entre elas, a constatação de que os ferimentos cobrem toda a cabeça do homem representado na imagem impressa no tecido, sugerindo que a coroa de espinhos pode ter tido um formato semelhante ao de um capacete. Constatou-se também que o ombro do homem do sudário foi deslocado, o que os especialistas sugerem que pode ter sido causado por uma das quedas de Cristo. Esse fato explicaria ainda por que os romanos permitiram que Simão de Cirene ajudasse Jesus a carregar a cruz.
Quanto à tentativa de datar o Sudário de Turim com carbono-14, os resultados desse teste do final dos anos 80 foram amplamente contestados – até porque a amostra do tecido que foi usada parece ter sido retirada de uma parte do sudário que havia sido reparada após um incêndio no século XVI. Até hoje, porém, há quem recorra aos resultados desse teste desacreditado para afirmar que o sudário seria uma falsificação. Em contrapartida, posteriores análises dos vários tipos de pólen descobertos no Sudário apontam para a sua confecção no norte da Judeia por volta do século I d.C. – ou seja, na época do próprio Cristo.
O que a Igreja diz sobre o Sudário?
Com base nas evidências científicas, o padre jesuíta Robert J. Spitzer defende que o Sudário de Turim é genuíno. Ele elogiou o filme pelo seu valor informativo, destacando que será um bom veículo para quem não pode viajar a Turim, nem ver o Sudário em outras exposições – ou nem mesmo ler um relatório acadêmico sobre o assunto.
“Acho que esta é a maneira de divulgar a mensagem, e de uma maneira convincente que não força as pessoas, mas permite que elas tirem as suas próprias conclusões”.
De fato, a Igreja Católica deixa cada fiel à vontade para informar-se livremente e formar a sua opinião a respeito do Santo Sudário. Não existe nenhum posicionamento oficial que afirme a sua autenticidade, nem há qualquer espécie de obrigatoriedade de acreditar que ele seja autêntico. Entretanto, existem indícios bastante sólidos de que possa ser, de fato, uma das relíquias mais preciosas de todos os tempos, uma vez que são muito altas as probabilidades de que tenha sido este o pano em que foi envolto o corpo do Filho de Deus no sepulcro. Prudente, a Igreja preserva o Sudário de Turim com cuidado e respeito, convidando os fiéis a conhecê-lo e mantendo-se aberta aos cientistas que desejam estudá-lo.
Quanto ao lançamento de “The Shroud: Face to Face“, ainda não há data confirmada, mas espera-se que seja em novembro deste ano.
Saiba mais sobre este emocionante documentário no site oficial do filme.