Andressa Collet – Vatican News
Ao final da Audiência Geral desta quarta-feira (15/05), Francisco saudou uma delegação brasileira liderada pelo Pe. Omar Raposo, reitor do Santuário do Cristo Redentor. O Pontífice deu a bênção ao trio de camisetas, que vão a leilão on-line em breve para ajudar as vítimas das enchentes no Rio Grando Sul, uma doação da coleção pessoal do casal paranaense Carla e Rodrigo Ferro.
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Andressa Collet – Vatican News
O Padre Omar Raposo, reitor do Santuário do Cristo Redentor e pároco da Paróquia São José da Lagoa, sensível à catástrofe que assola o Rio Grande do Sul há mais de 15 dias, esteve nesta quarta-feira (15/05) na Audiência Geral para encontrar o Papa Francisco. Ele trouxe três camisetas, abençoadas pelo Pontífice ao final da catequese na Praça São Pedro, que serão colocadas em leilão em benefício às vítimas das enchentes no RS. E são três camisetas especiais de jogadores do clube francês de futebol, Paris Saint-Germain, provenientes da coleção do casal Carla e Rodrigo Ferro, de Bandeirantes/PR, que também encontraram o Papa. Silvonei José conversou com a delegação brasileira e Rodrigo contou em detalhes sobre a iniciativa:
“Na nossa coleção pessoal, nós tínhamos ali aquilo que tanto agrada ao Santo Padre: as camisas raras de Messi, o argentino que ele tanto gosta, assinado e dedicado. Essa camisa é uma das últimas assinadas por ele antes de sair do Paris Saint-Germain. Tínhamos também do Neymar que também logo na sua saída nos presenteou com a sua camiseta; e do próprio Mbappé. Estamos num momento que antecede as Olimpíadas e esse trio de camisetas, todas elas autografadas, todas elas originais, que faziam parte da nossa coleção particular, levamos para serem abençoadas pelo Santo Padre, para que sejam leiloadas pelo Instituto Redentor e toda essa verba seja destinada aos nossos irmãos do Rio Grande do Sul.”
A iniciativa, que deve ser realizada em modalidade on-line a ser divulgada em breve, por canais oficiais, ilustra a mensagem do Papa Francisco na catequese desta quarta-feira (15/05) quando refletiu sobre mais uma virtude teologal que, segundo São Paulo, é a maior delas: a caridade, “sobre o amor e a relevância do amor para o mundo”, comentou o Pe. Omar presente na Audiência Geral, que acrescentou:
“Estávamos ali por um motivo, trazendo as intenções do povo brasileiro, de modo especial, com o coração voltado para a grande dor do nosso país neste momento: o povo gaúcho, o povo do Rio Grande do Sul que está padecendo, com muitos vulneráveis, muitos faleceram, e hoje existe uma grande corrente em todo o Brasil. Um olhar caridoso voltado para o Rio Grande do Sul como algo jamais visto na história deste país.”
“O motivo da nossa estada aqui no Vaticano é esse: primeiramente rezar por todos. E, também, fazer um gesto concreto, pois ‘a fé sem obras é morta’.”
As doações ao RS pelo SOS Redentor
O Pe. Omar destacou em entrevista que a campanha SOS Redentor também está sendo direcionada às vítimas do Rio Grande do Sul:
“A gente sabe que a lógica da doação quando é pontual, depois tem uma descontinuidade. Então a gente tem uma plataforma que tem uma recorrência que vai durar, de forma automática, pela colaboração de cada fiel, tempo que durar o estágio calamidade pública e de situação de emergência no Rio Grande do Sul. Então, uma vez que a pessoa doa naquela plataforma do Cristo Redentor, aquilo tem uma continuidade até quando o estado de maior periculosidade for retirado, por via de decreto, daquela região do país. Dou ênfase nisso porque às vezes a gente faz aquelas campanhas emergenciais, pontuais, depois a grande mídia sai, já entra uma outra pauta, aquilo sai da cena e da comoção nacional. Mas o problema continua. Então a gente está começando a educar, a criar um novo caminho, uma nova lógica para as doações. Elas precisam ter recorrência.”
O reitor do Santuário do Cristo Redentor também está em Roma para participar do Simpósio Internacional sobre Esporte e Espiritualidade que começa nesta quinta-feira (16/05), em Roma. O Padre Omar e Pedro Trengrouse, assessor jurídico da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), foram nomeados recentemente pela CNBB como representantes da Igreja Católica no Brasil junto ao Dicastério para a Cultura e a Educação “para criar um intercâmbio de valores, de atividades, de promoções em torno desse diálogo entre o esporte e a fé que é tão saudável. É um novo espaço de evangelização que a Igreja está cumprindo o seu papel e não faltarão iniciativas”, comentou o reitor. Uma delas será em maio de 2025, no Morro dos Anjos, no Paraná, para o I Congresso Internacional de Educação, Esporte e Fé que deve reunir “crianças e jovens de escolas católicas, atletas amadores e profissionais do Brasil que professam a fé católica”. Parte da renda será destinada às instituições atentidas pelo Instituto Redentor.