A Igreja se prepara para o Jubileu 2025

Vatican Media / Divulgação

Cadernos do Concílio guardam riquezas que nos ajudam nesta preparação

Por A12 Redação

“A renovação das comunidades e o empenho de conversão pastoral passa necessariamente por tornar próprios os ensinamentos do Vaticano II”.

Esta é a frase escrita pelo Papa Francisco na introdução da coletânea “Jubileu 2025 – Cadernos do Concílio”, uma iniciativa do Dicastério para a Evangelização em preparação à abertura do Ano Santo.

Em meio à atualidade, evolução e também a digitalização do mundo, é preciso reafirmar a missão de todo o cristão de levar o Evangelho a toda criatura, e principalmente reforçar que a Palavra de Deus é uma só, ela não muda. O que é preciso mudar é a maneira como a levamos a todos. É preciso saber como evangelizar nos dias atuais.

“Bispos, sacerdotes e famílias devem encontrar as formas mais apropriadas para tornar atual o ensinamento dos Padres conciliares”.

Por esse motivo, a Igreja preparou um material que reúne os principais pontos a serem tratados no Concílio preparatório ao Jubileu de 2025.

No último dia 9 de maio, o Papa Francisco apresentou para as Igrejas dos cinco continentes a Bula de Proclamação do Jubileu Ordinário, com o título “Spes non confundit”, que significa: “A esperança não decepciona”.

Caminhando em sinodalidade, o Pontífice já havia escrito, no ano anterior, a introdução da coletânea “Jubileu 2025 — Cadernos do Concílio”, onde pedia aos féis para se preparem para o Jubileu retomando os textos fundamentais do Concílio Ecumênico Vaticano II, evento que “permitiu que a Igreja rejuvenescesse seu rosto e se apresentasse novamente ao mundo como portadora de uma Mensagem que transcende todas as fronteiras”.

No Brasil, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), divulgou a coleção “Peregrinos da Esperança”, publicada pela Edições CNBB, na qual o Pe. Gerson Schmidt destacou a importância dos documentos, em sua reflexão chamada: “A riqueza dos Cadernos do Concílio em preparação ao Jubileu 2025”.

Ele inicia destacando que a Igreja se prepara para vivenciar o “grande Jubileu Ordinário e que aproveita para comemorar os sessenta anos do término do Concílio Ecumênico Vaticano II (1962 – 1965)”. E explica que o Papa Francisco pediu ao Dicastério para a Evangelização de Roma “a elaboração de subsídios ágeis e eficazes que têm como tema ‘Peregrinos de Esperança’, para tratar sobre os documentos principais do Concílio Vaticano II”.

“Esses subsídios foram produzidos por teólogos, estudiosos da Sagrada Escritura e jornalistas que procuram redescobrir a riqueza das quatro grandes Constituições do Concílio”.

Na publicação é possível encontrar ações fundamentais da evangelização no mundo, onde o Papa fez uma introdução geral a esses subsídios, que percorrem os temas mais importantes das quatro constituições conciliares: Lumen Gentium (A Igreja), Sacrosanctum Concilium (A Liturgia), Dei Verbum (A Palavra) e Gaudium et Spes (A Evangelização).

Ao todo, são 34 cadernos do Concílio para leitura, estudo e aprofundamento, divididos nos quatro pilares fundamentais da fé católica.

O primeiro caderno é uma introdução geral sobre o Concílio Vaticano II: história e significado para a Igreja.

Constituição Dogmática Dei Verbum (Palavra de Deus): a Revelação como Palavra de Deus; A Tradição; A Inspiração e a Sagrada Escritura na vida da Igreja.

Constituição Sacrosanctum Concilium (Sagrada Liturgia): A liturgia no Mistério da Igreja; A sagrada Escritura na liturgia; Viver a liturgia na Paróquia; o Mistério Eucarístico; A liturgia das Horas; os Sacramentos; o Domingo; os tempos Fortes do Ano Litúrgico e a Música na Liturgia.

Constituição Dogmática Lumen Gentium (A Igreja): o Mistério da Igreja; as imagens da Igreja; o Povo de Deus; A Igreja é para a Evangelização; O papa, os bispos, os sacerdotes e diáconos; os leigos; a vida consagrada; A santidade, vocação universal; A Igreja peregrina rumo à plenitude e Maria a primeira fiel.

Constituição Pastoral Gaudium et Spes (A missão da Igreja no mundo): A Igreja no mundo de hoje; o sentido da vida; a sociedade humana; autonomia e serviço; a família; a cultura; a economia e as finanças; a política; o diálogo como instrumento e a paz.

Pe. Gerson Schmidt refletiu ainda que os cadernos são de fácil compreensão ao “povo simples e leigo”, que também é engajado e precisa desse entendimento para dar continuidade à missão de evangelizar.

“O Papa utiliza um pensamento do Papa Paulo VI na homilia da sétima Sessão Solene do Concílio Vaticano II, por ocasião da promulgação de cinco documentos. São Paulo VI pregava assim, em pleno vigor e despontar das conclusões do Concílio, segurando firme a barca de Pedro em pleno mar revolto: A Igreja vive! A prova está aqui, está aqui o alento, a sua voz, o seu canto. A Igreja vive, a Igreja pensa, a Igreja fala, a Igreja cresce, a Igreja continua a edificar-se. A Igreja vem de Cristo e vai para Cristo, e estes são os seus passos, isto é, os atos em que se aperfeiçoa, se confirma, se desenvolve, se renova, se santifica. Todo este esforço perfectivo da Igreja não é outra coisa, se bem se entende, senão uma expressão de amor a Cristo, Nosso Senhor”.

O Santo Padre diz que essas palavras de São Paulo VI nos estimulam a considerar a importância do ensinamento conciliar e que “retomar esses textos em mãos é sinal da vivacidade e da fecundidade da Igreja”.

Ele lembrou ainda do Documento de Aparecida, que abordou a questão da conversão pastoral, traduzindo-a como uma volta decidida à missão, identidade própria da Igreja:

A CONVERSÃO PASTORAL de nossas comunidades exige que se vá além de uma pastoral de mera conservação para uma pastoral decididamente missionária. Assim, será possível que o único programa do Evangelho continue introduzindo-se na história de cada comunidade eclesial com novo ardor missionário, fazendo com que a Igreja se manifeste como mãe que vai ao encontro, uma casa acolhedora, uma escola permanente de comunhão missionária. O Papa Francisco entende que a conversão pastoral é a volta ao ensinamento conciliar”.

É preciso estarmos em sinodalidade com os pedidos e reflexões do Papa Francisco e ter a certeza da missão cristã, que é ser uma Igreja missionária, ser uma Igreja em Saída, não parar de Evangelizar ao sair para fora da Igreja, mas sim testemunhar o amor de Cristo a todos, em todos os momentos.

Fonte: Vatican News

Artigo anteriorSanto do dia 25 de junho: São Guilherme de Vercelli
Próximo artigoÁlcool causa 2,6 milhões de mortes todos os anos no mundo, alerta OMS