Há 100 anos, o Rio de Janeiro assistia ao desmonte total do extinto Morro do Castelo, berço da cidade

Mostras “Rio 1922”, que vai até dezembro, no Museu Histórico Nacional, e “Exposição do Acervo da Igreja Primitiva de São Sebastião”, de 24 de julho a 5 de agosto, no Santuário Basílica de São Sebastião, expõem inúmeros itens dos seus acervos

Igreja de São Sebastião no Morro do Castelo em 1921: história derrubada com o desmonte do monte (Foto: Augusto Malta / Biblioteca Nacional /Novembro de 1921)

Um dos templos religiosos mais famosos da cidade do Rio de Janeiro, o Santuário Basílica de São Sebastião (dos Capuchinhos) tem uma estreita ligação com o marco zero da Cidade Maravilhosa

Há exatos 100 anos, o Rio de Janeiro assistia ao desmonte total do extinto Morro do Castelo, berço da cidade, para receber, no mesmo local, palácios e pavilhões da Exposição Internacional do Centenário da Independência. Para a ocasião, foi criado ainda o Museu Histórico Nacional (MHN), que inaugurou a exposição “Rio 1922”, repleta de registros e curiosidades sobre este e outros momentos decisivos para a memória carioca (e brasileira).

Na exposição, com entrada franca, uma centena de itens do acervo do Museu, selecionados do pela curadoria coletiva coordenada pela arquiteta Simone Kimura, levam o visitante para um passeio pela vida cotidiana da então capital da República.

Entre os registros raros, há fotografias de Augusto Malta, pinturas de Victor Meirelles do século XIX, depoimentos de moradores do extinto Morro do Castelo, um exemplar de moda praia masculina da época, jornais noticiando a primeira travessia aérea de Lisboa ao Rio de Janeiro, ocorrida naquele ano, e até a reprodução de um vídeo filmado na Exposição do Centenário da Independência, além de objetos, cédulas, medalhas, mobiliário, revistas ilustradas e caricaturas.

A exposição está suspensa por enquanto, devido a obra emergencial. Para informações: Museu Histórico Nacional: Praça Marechal Âncora s/nº, Centro — 3299-0324. Qua a sex, 10h às 17h. Sáb e dom, 13h às 17h. Até dezembro. Grátis.

O Morro do Castelo e a Igreja dos Capuchinhos

A igreja tem uma estreita ligação com o marco zero da Cidade Maravilhosa

Itens integrantes das peças e imagens sacras do antigo Morro do Castelo, que integrarão a exposição.

Um dos templos religiosos mais famosos da cidade do Rio de Janeiro, localizado no bairro da Tijuca, o Santuário Basílica de São Sebastião (dos Capuchinhos) tem uma estreita ligação com o marco zero da Cidade Maravilhosa. Originalmente, a Igreja de São Sebastião do Rio de Janeiro localizava-se no morro do Castelo, um dos locais de constituição da cidade. Contudo, em 1922, com a demolição do Morro do Castelo, a Igreja de São Sebastião do Rio de Janeiro também acabou posta ao chão.

“No mesmo Morro do Castelo viviam os frades capuchinhos. Com a demolição, eles precisaram ficar em outro lugar e foram para as dependências na Praça Sáenz Peña, na Tijuca”, conta o historiador Maurício Santos.

A nova igreja dos frades capuchinhos ficou pronta em 1931. As obras começaram três anos antes. O projeto, principalmente a parte interior, foi inspirado no Mosteiro de Beuron, na Alemanha. Entre os anos de 1941 e 1942, a fachada da Igreja foi alterada pelo arquiteto italiano Ricardo Buffa, também autor do altar-mor do templo.

Atualmente, o Santuário Basílica de São Sebastião comporta diversos objetos históricos e artísticos importantes. Entre eles, o marco de pedra da fundação da cidade com o escudo português esculpido, a imagem original de São Sebastião da igreja antiga e a lápide tumular de Estácio de Sá, fundador da cidade.

Além de suas atividades religiosas, a Igreja dos Capuchinhos conserva seu valor histórico fundamental para a cidade sendo um dos principais locais da festa de São Sebastião, padroeiro da cidade.

De 24 de julho a 5 de agosto, o Santuário estará apresentando a “Exposição do Acervo da Igreja Primitiva de São Sebastião”, Entrada franca. Local: Santuário Basílica de São Sebastião (Igreja dos Capuchinhos), Salão Frei Nemésio, à Rua Haddock Lobo, 266, Tijuca.

Emilton Rocha, com informações do Globo (Carmen Angel) e Diário do Rio (Felipe Lucena)

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