Igreja Católica celebra missa especial nesta Quarta-Feira de Cinzas

Na Igreja dos Capuchinhos serão três missas neste início da Quaresma

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Frei João Carlos impõe as cinzas em formato de cruz na testa da paroquiana.

Por Emilton Rocha*

Hoje, 26 de fevereiro, início da Quaresma e Quarta-feira de Cinzas, dia seguinte ao carnaval cuja data serve para lembrar que as pessoas são mortais e precisam se arrepender. Na Quarta-feira de Cinzas a Igreja Católica realiza uma missa especial para iniciar esse período. Nessa missa, os católicos recebem uma marca em forma de cruz na testa, feita com cinzas.

Na parte da manhã foram celebradas duas missas especiais – às 7h e 9h – no Santuário Basílica de São Sebastião (Capuchinhos), na Tijuca, Rio de Janeiro. A terceira missa será celebrada às 18h. Frei João Carlos de Araújo, que celebrou a missa das 9h, impôs as cinzas em formato de cruz na testa de todos os presentes.

As cinzas usadas vêm de ramos abençoados e queimados no Domingo de Ramos do ano anterior. A pessoa que coloca a marca na testa do fiel diz “arrependa-se e creia no evangelho” (Marcos 1:15) ou “lembre-se que você é pó e ao pó voltará” (Gênesis 3:19).

Durante a Quarta-feira de Cinzas, os católicos devem fazer jejum ou, no mínimo, abster-se de comer carne. Esse é um dia de penitência e o início de um período de maior dedicação, até a Páscoa. A data serve para lembrar da importância do arrependimento e da dedicação a Deus.

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Fiel recebe de Frei José e Souza uma marca em forma de cruz na testa, feita com cinzas, durante a missa das 9h.

As cinzas simbolizam a morte. Assim como os ramos, que antes eram vivos, se tornaram cinzas, um dia nós iremos morrer e os nossos corpos se irão decompor em pó. Esse é o destino de todos os seres humanos. Nossa vida atual um dia vai ter um fim. Mas depois, o que acontecerá?

Na celebração da Quarta-feira de Cinzas, os católicos são convidados a refletir sobre sua mortalidade e a importância da salvação. Somente quem é salvo terá a vida eterna, ressuscitando no fim dos tempos. A morte não precisa ser o fim mas, para isso, é preciso arrependimento. Este dia serve para voltar a atenção para as coisas eternas, as coisas de Deus. Uma vida de comunhão com Deus e obediência aos seus mandamentos é muito mais proveitoso a longo prazo que uma vida virada para coisas materiais e transitórias.

O que é a Quaresma?

A quaresma é o tempo litúrgico de conversão que a Igreja marca para nos preparar para a grande festa da Páscoa. É tempo para nos arrepender de nossos pecados e de mudar algo de nós para sermos melhores e poder viver mais próximos de Cristo.

A Quaresma dura 40 dias; começa na Quarta-feira de Cinzas e termina no Domingo de Ramos. Ao longo deste tempo, sobretudo na liturgia do domingo, fazemos um esfoço para recuperar o ritmo e estilo de verdadeiros fiéis que devemos viver como filhos de Deus.

A cor litúrgica deste tempo é o roxo, que significa luto e penitência. É um tempo de reflexão, de penitência, de conversão espiritual; tempo e preparação para o mistério pascal.

Na Quaresma, Cristo nos convida a mudar de vida. A Igreja nos convida a viver a Quaresma como um caminho a Jesus Cristo, escutando a Palavra de Deus, orando, compartilhando com o próximo e praticando boas obras. Nos convida a viver uma série de atitudes cristãs que nos ajudam a parecer mais com Jesus Cristo, já que por ação do pecado, nos afastamos mais de Deus.

Por isso, a Quaresma é o tempo do perdão e da reconciliação fraterna. Cada dia, durante a vida, devemos retirar de nossos corações o ódio, o rancor, a inveja, os zelos que se opõem a nosso amor a Deus e aos irmãos. Na Quaresma, aprendemos a conhecer e apreciar a Cruz de Jesus. Com isto aprendemos também a tomar nossa cruz com alegria para alcançar a glória da ressurreição.

40 dias

A duração da Quaresma está baseada no símbolo do número quarenta na Bíblia. Nesta, é falada dos quarenta dias do dilúvio, dos quarenta anos de peregrinação do povo judeu pelo deserto, dos quarenta dias e Moisés e de Elias na montanha, dos quarenta dias que Jesus passou no deserto antes de começar sua vida pública, dos 400 anos que durou o exílio dos judeus no Egito.

Na Bíblia, o número quatro simboliza o universo material, seguido de zeros significa o tempo de nossa vida na terra, seguido de provações e dificuldades.

A prática da Quaresma data desde o século IV, quando se dá a tendência a constituí-la em tempo de penitência e de renovação para toda a Igreja, com a prática do jejum e da abstinência. Conservada com bastante vigor, ao menos em um princípio, nas Igrejas do oriente, a prática penitencial da Quaresma tem sido cada vez mais abrandada no ocidente, mas deve-se observar um espírito penitencial e de conversão.

* Com informações da Catequese Católica

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