Franciscanos seculares promovem jornada de orações pela paz

Para o Papa Paulo VI, criador do Dia da Paz, a verdadeira celebração da paz só estaria completa se envolvesse todos os homens, não importando a religião

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Por Cláudio Santos (Coordenador para a Caridade Social Vicariato Episcopal Norte)

O Dia Mundial da Paz, inicialmente chamado simplesmente de Dia da Paz, é comemorado em 1º de janeiro, tendo sido criado pelo Papa Paulo VI em 1967. E para celebrar a data, a coordenação para a caridade social do Vicariato Episcopal Norte e as fraternidades da Ordem Franciscana Secular promovem, em conjunto, uma jornada de orações pela paz mundial com o tema “Eu vos dou a minha paz” (cf. Jo, 14,27), e o lema “Dedique 1 minuto para a paz. O mundo todo agradece.”

O objetivo é despertar e incentivar as pessoas para um esforço comum para cultivar a paz e reafirmar na sociedade uma cultura de diálogo e de não-violência a partir da realidade de cada pessoa, irradiando esse gesto em nossas relações interpessoais e comunitárias. O Vaticano divulgou a mensagem do Papa Francisco para o 50º Dia Mundial da Paz, a quarta de seu pontificado, que propôs o tema “A não-violência: estilo de uma política para a paz”.

“Almejo paz a todo o homem, mulher, menino e menina, e rezo para que a imagem e semelhança de Deus em cada pessoa nos permitam reconhecer-nos mutuamente como dons sagrados com uma dignidade imensa. Sobretudo nas situações de conflito, respeitemos esta ‘dignidade mais profunda’ e façamos da não-violência ativa o nosso estilo de vida”.

“Sejam a caridade e a não-violência a guiar o modo como nos tratamos uns aos outros nas relações interpessoais, sociais e internacionais. Quando sabem resistir à tentação da vingança, as vítimas da violência podem ser os protagonistas mais credíveis de processos não-violentos de construção da paz” – escreveu o pontífice.

Além das reflexões apresentadas no texto, com o convite para autoridades para “aplicar as Bem-aventuranças na forma como exercem as suas responsabilidades”, o papa recorda que no dia 1º de janeiro de 2017, terão início as atividades do novo Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral.

Clique aqui e leia na íntegra a mensagem para o 50º Dia Mundial da Paz

Saiba mais sobre a data

Em 8 de dezembro de 1967, o Papa Paulo VI escreveu uma mensagem propondo a criação do Dia Mundial da Paz, a ser festejado no dia 1° de janeiro de cada ano. Mas o Papa não queria que a comemoração se restringisse apenas aos católicos – para ele, a verdadeira celebração da paz só estaria completa se envolvesse todos os homens, não importando a religião.

“A proposta de dedicar à paz o primeiro dia do novo ano não tem a pretensão de ser qualificada como exclusivamente nossa, religiosa ou católica. Antes, seria para desejar que ela encontrasse a adesão de todos os verdadeiros amigos da paz”, dizia, em sua mensagem. No texto, expressava seu desejo de que esta iniciativa ganhasse adesão ao redor do mundo com “caráter sincero e forte de uma humanidade consciente e liberta dos seus tristes e fatais conflitos bélicos, que quer dar à história do mundo um devir mais feliz, ordenado e civil”.

Portanto, o Dia Mundial da Paz é um dia a ser celebrado pelos “verdadeiros amigos da Paz”, independente de credo, etnia, posição social ou econômica.

Dizia o Papa Paulo VI em sua primeira mensagem para este dia: “Dirigimo-nos a todos os homens de boa vontade, para os exortar a celebrar o Dia da Paz, em todo o mundo, no primeiro dia do ano civil, 1º de janeiro de 1968. Desejaríamos que depois, cada ano, esta celebração se viesse a repetir, como augúrio e promessa, no início do calendário que mede e traça o caminho da vida humana no tempo que seja a Paz, com o seu justo e benéfico equilíbrio, a dominar o processar-se da história no futuro”.

A proposta de dedicar à Paz o primeiro dia do novo ano não tem a pretensão de ser qualificada como exclusivamente religiosa ou católica. Antes, seria para desejar que ela encontrasse a adesão de todos os verdadeiros amigos da Paz, como se tratasse de uma iniciativa sua própria; que ela se exprimisse livremente, por todos aqueles modos que mais estivessem a caráter e mais de acordo com a índole particular de quantos avaliam bem, como é bela e importante ao mesmo tempo, a consonância de todas as vozes do mundo, consonância na harmonia, feita da variedade da humanidade moderna, no exaltar este bem primário que é a paz.

Completava ainda o Papa Paulo VI: “A Igreja Católica, com intenção de servir e de dar exemplo, pretende simplesmente lançar a ideia, com a esperança de que ela venha não só a receber o mais amplo consenso no mundo civil, mas que também encontre por toda a parte muitos promotores, a um tempo avisados e audazes, para poderem imprimir ao Dia da Paz, a celebrar-se nas calendas de cada novo ano, caráter sincero e forte, de uma humanidade consciente e liberta dos seus tristes e fatais conflitos bélicos, que quer dar à história do mundo um devir mais feliz, ordenado e civil”.

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