Dom Juarez é apresentado como novo bispo auxiliar do Rio

Ele atuará na Pastoral Vocacional, junto aos leigos, e no Tribunal Eclesiástico

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Por Priscila Xavier / Symone Matias

Na data em que a Igreja celebrou a memória de Nossa Senhora do Rosário, Dom Juarez Delorto Secco foi apresentado como novo bispo auxiliar da Arquidiocese do Rio de Janeiro, na Catedral Metropolitana de São Sebastião, no centro da cidade, no dia 7 de outubro.

Em consonância com as atividades atribuídas ao bispo auxiliar, Dom Juarez foi nomeado vigário geral e atuará na Pastoral Vocacional, junto aos leigos, e no Tribunal Eclesiástico. Também será responsável pelo acompanhamento dos vicariatos Leopoldina e Suburbano e demais atribuições recebidas pelo Regional Leste 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

A celebração de apresentação, que foi presidida pelo arcebispo do Rio, Cardeal Orani João Tempesta, contou com a presença dos bispos auxiliares do Rio e de diversos bispos diocesanos do Regional Leste 1. De Cachoeiro de Itapemirim, estavam presentes Dom Dario Campos, acompanhado de presbíteros, diáconos, seminaristas, religiosos, leigos e familiares de Dom Juarez.

Pequeno gesto, pequena imagem e grandes maravilhas

Durante a homilia, Dom Orani afirmou que, mesmo com o encerramento do Ano Mariano, no dia 11 de outubro, a mensagem mariana deve permanecer. “Agradecemos a Deus pelo Ano Mariano, a partir do qual tivemos a oportunidade de centralizar a nossa vida em Cristo. Encerra-se o ciclo de um ano temático, mas seu significado permanece, o qual nos leva a Jesus e nos ensina a vivermos em unidade, tal como a imagem quebrada de Nossa Senhora Aparecida, que foi novamente ‘unida’ ”, frisou.

Além disso, o cardeal ressaltou a necessidade dos cristãos irem ao encontro das periferias humanas. “O Ano Mariano também nos ensina a irmos ao encontro das pessoas excluídas e descartadas, assim como a imagem encontrada no limo do rio; ensina-nos, na simplicidade do povo, a compreender que Deus nos fala através de situações e pessoas, como os três pescadores que trouxeram os sinais que não foram indicados pela hierarquia e, assim, surgiu uma devoção. Através de um pequeno gesto e de uma pequena imagem, grandes maravilhas aconteceram”, completou.

Dom Orani agradeceu ao bispo diocesano Dom Dario, aos familiares de Dom Juarez e ao ‘sim’ do novo bispo para a nova missão. “Também agradeço à Diocese de Cachoeiro de Itapemirim e ao seu bispo, Dom Dario, e à família Delorto Secco, por terem nos enviado tão grande colaborador. Dom Juarez estará mais distante, porém essa distância física será preenchida pelo coração aberto e pela comunhão que existe na família, cujo filho coloca-se a serviço da Igreja, de maneira especial no Rio de Janeiro, para construir pontes de fraternidade. Agradeço a Deus por sua vida, pelo seu ‘sim’, pela sua missão”, finalizou.

Gratidão

No fim da celebração, Dom Juarez fez um discurso no qual disse: “Em primeiro lugar, agradeço a Deus por tudo de bom que fez e continua fazendo em minha vida. Agradeço a minha família, que sempre me apoiou em tudo, sempre esteve comigo e ao meu lado. De modo muito especial, ao meu pai, que está no convívio dos santos, e a minha mãe, que está aqui presente, junto com meus irmãos, tios e demais familiares. Que bom que vocês vieram”, disse.

Ele ainda agradeceu ao Papa Francisco, que o elegeu para o episcopado, e ao Cardeal Orani pela acolhida. Além deles, Dom Juarez também agradeceu aos demais bispos auxiliares e eméritos e padres da Arquidiocese do Rio, e a Dom Dario, aos sacerdotes de Cachoeiro de Itapemirim e a todos os fiéis presentes na celebração.

Contribuir e somar

Para Dom Dario, o novo bispo fará um trabalho tão bom quanto o realizado anteriormente na Diocese de Cachoeiro. “Desejo que Dom Juarez faça um bom trabalho na Arquidiocese do Rio de Janeiro, tal como ele fez na Diocese de Cachoeiro do Itapemirim. Acredito e tenho certeza de que ele vai contribuir e somar muito com a nossa Igreja. Desejo-lhe toda a paz, todo bem e felicidade. Que Nossa Senhora da Penha, que é a padroeira do Espírito Santo, o acompanhe aqui”, afirmou.

O pároco da Catedral, cônego Cláudio dos Santos, destacou que a chegada de Dom Juarez é um presente da Virgem Maria para a Arquidiocese do Rio. “É um momento de muita alegria e felicidade. Estou até agora emocionado com tanta bênção e graça que Nossa Senhora quis fazer acontecer em nossa arquidiocese durante o Ano Mariano. Hoje, Maria nos presenteia, trazendo Dom Juarez das terras cachoeirenses para ser esse sinal da presença de Deus em nossa arquidiocese. É um momento de muita graça e muita bênção para todos nós”, disse.

‘Ele escolheu a melhor parte’

A mãe de Dom Juarez, Dona Marcelina Delorto Secco, acentuou a bênção de ter um filho sacerdote. “Estou muito feliz e orgulhosa. Ainda não sei de que maneira estaremos juntos daqui para frente, porque tenho outros filhos em Cachoeiro. Mas nós não vamos esquecê-lo, não vamos abandoná-lo, estaremos, de alguma forma, sempre juntos. Deus sabe de todas as coisas. Meu filho é o único religioso, ele escolheu a melhor parte: estar mais próximo de Deus e unir-se a Ele. O casamento dele é com Deus. Isso é uma bênção”, sublinhou.

Um dos irmãos de Dom Juarez, Renato Delorto Secco, nem mesmo conseguiu mesurar a felicidade da família. “Nossa felicidade já era grande por ele ser padre, imagine agora como bispo do Rio de Janeiro”, exclamou.

Segundo Renato, o sentimento nesse novo chamado do irmão é de alegria e partilha. “Estaremos longe, porém, ao mesmo tempo, como irmãos, estaremos sempre juntos. Nos falamos todos os dias, sentiremos saudades, mas isso passa. O sentimento que carrego hoje é de alegria e partilha, porque ele sempre partilhou a vida comigo. Ele é o meu melhor amigo. Nossa mãe está numa felicidade imensa”, pontuou.

Em alguns dias, Dom Juarez retornará à Cachoeiro de Itapemirim para descansar. E com relação às férias, Renato destacou um tipo de comemoração que não pode faltar na cidade: “Em Cachoeiro tem de ter churrasco sempre, seja na praia de Marataízes ou, principalmente, em casa com os irmãos. A alegria de meu irmão é reunir os irmãos, sobrinhos e os amigos também. Serão férias muito esperadas, com certeza”, frisou.

A prima, Ivanete Maria Campos Leal, que participou de todos os momentos da vida do novo bispo, ressaltou o orgulho da família com a nova missão como bispo. “A família está muito orgulhosa, pois mesmo sendo tão jovem recebeu tão grande chamado de Deus. Por um lado, estamos com o coração partido, lamentando não ter mais tanto contato com ele, porém muito felizes. Dom Juarez é uma pessoa especial para toda a família, sempre muito carismático. É aquele primo que considero como irmão. Sempre participei da vida dele, desde a época do seminário. Ele celebrou os casamentos de toda a nossa família”, complementou.

A catequista de Dom Juarez, Dona Nair Maria Tirello dos Santos, que atua no ministério há 42 anos, confessou que o novo bispo jamais deu indícios de que seguiria a vocação sacerdotal. “É uma emoção muito grande para quem é catequista, agradeço muito a Deus. Ele foi membro da Paróquia São Felipe, em Cachoeiro, mas não apresentava indícios de que seria padre. Chegou até a ser reprovado na catequese, mas não permiti, e disse que ele receberia a Primeira Eucaristia mesmo assim. Nosso pároco sempre dizia que não podíamos deixar uma criança sem receber a Primeira Comunhão. Vê-lo como bispo é algo muito especial”, relatou.

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