Bela cerimônia marca a elevação do Santuário de São Sebastião a Basílica

A mais nova basílica do Rio de Janeiro é a primeira a ter um santo mártir e homem na cidade do Rio

Por Emilton Rocha / Pascom

O Santuário São Sebastião Frades Capuchinhos, localizado na Tijuca, foi elevado pelo Papa ao grau de basílica menor, considerado o mais alto posto que uma igreja pode alcançar. A celebração foi realizada domingo, 1º de novembro. O dia da cerimônia foi escolhido em virtude da memória à última missa no Morro do Castelo, que completa 94 anos de sua realização. A partir de agora o nome oficial da igreja é Santuário Basílica de São Sebastião.

A Igreja de São Sebastião dos Capuchinhos é a primeira basílica de um santo mártir e homem na cidade do Rio. As outras quatro são de mulheres: Basílica Imaculada Conceição, na Praia de Botafogo; Basílica de Nossa Senhora de Lourdes, em Vila Isabel; Basílica de Santa Teresinha do Menino Jesus, na Tijuca; e a Basílica Imaculado Coração de Maria, no Méier, na Zona Norte.

No dia 17 de junho último, a Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos autorizou o decreto que concede o título ao Santuário. Na ocasião, o presidente do Dicastério, Cardeal Robert Sarah, enviou uma carta ao Arcebispo do Rio, Cardeal Orani Tempesta, na qual comunicava a autorização. A Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos autorizou, no dia 17 de junho, o decreto que concede o título de Basílica Menor ao Santuário São Sebastião. “A concessão deste título a esta importante Igreja, intensificando o vínculo particular com a Igreja de Roma e com o Santo Padre, quer promover a sua exemplaridade como verdadeiro centro de ação litúrgica e pastoral na Diocese”, afirmava o comunicado.

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Uma Basílica Menor é uma Igreja com o título concedido pelo Papa, considerada importante por diferentes motivos, tais como: veneração que lhe devotam os cristãos, transcendência histórica e beleza artística de sua arquitetura e decoração.

O Santuário São Sebastião, no Rio de Janeiro foi declarado arquidiocesano ainda neste ano, durante as comemorações pelo dia do padroeiro, em 20 de janeiro. O templo possui especial valor afetivo para os cariocas, pois possui a guarda de três relíquias: o marco de fundação, os restos mortais do fundador da cidade, Estácio de Sá, e a imagem histórica de São Sebastião, padroeiro da Cidade do Rio de Janeiro que foi trazida por ele.

Além da fraternidade dos frades capuchinhos, o santuário conta com a fraternidade franciscana secular de São Sebastião, fundada no dia primeiro de maio de 1860, no antigo Morro do Castelo, no Centro da Cidade, quando ainda não havia sido constituída a paróquia. Com a demolição do morro, no inicio do século XX, a fraternidade e os frades capuchinhos se transferiram para a Tijuca.

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A celebração

No pátio da igreja, a banda da Guarda Municipal dava o tom festivo ao evento. Dom Orani representou o Papa Francisco e conduziu a celebração. Estiveram presentes autoridades religiosas da Arquidiocese do Rio de janeiro, entre as quais Dom Luiz Henrique, Bispo Auxiliar; representantes da Ordem dos Capuchinhos, Frei Liomar Pereira da Silva, Ministro Provincial da Bahia e Sergipe, e presidente da CCB, Frei Nilson Leandro, Vigário Provincial da Província do Maranhão, além de reitores de outras basílicas. Da área política, Luiz Carlos Pugiali, representou o Governo do Estado; Marcelo Calero, secretário Municipal de Cultura e do Comitê Rio 450 Anos, representou o prefeito Eduardo Paes; e o vereador Reimont Otoni, que mora na Tijuca.

Antes da cerimônia, Dom Orani entrou pela nave da igreja aspergindo a assembleia, sendo saudado por todos, orando diante do Santíssimo. Em seguida, foi lido o decreto que eleva o santuário ao status de basílica e, após, a entrada dos dois símbolos: o Tintinabulo e a Umbela Basilical. O Hino Oficial do Vaticano foi cantado pelo Coral São Sebastião, enquanto os sinos da igreja tocavam, já oficialmente como basílica, seguido do canto do Glória.

Durante o ofertório, foi entregue ao Cardeal todo o processo encaminhado ao Vaticano. No final da cerimônia, a imagem histórica restaurada de São Sebastião, que tem 450 anos, e a relíquia de São Sebastião entraram conduzidas por Fuzileiros Navais, tendo à frente Frei Vital, de 94 anos.

Ao final, foi assinada a ata de elevação da igreja à basílica pelo Cardeal Orani, Frei Luiz Carlos Siqueira, Provincial da Ordem dos Capuchinhos do Rio de Janeiro e Espírito Santo, Frei Arles de Jesus, agora Reitor do Santuário Basílica de São Sebastião, e Marcelo Calero, Secretário Municipal de Cultura.

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A história

A Igreja de São Sebastião dos Capuchinhos, situada na Tijuca, Rio de Janeiro, foi inaugurada em 15 de agosto de 1931. Trazida da Igreja do Morro do Castelo, edificada em 1567, foi reconstruída por Salvador de Sá em 1583. Para o local foram transportados o que chamamos de “Relíquias Históricas da Cidade”: os restos mortais do fundador da cidade do Rio de Janeiro, Estácio de Sá, morto em 1567; o marco zero da cidade fundada em 1565, e a pequena imagem de São Sebastião de 1563.

Em 1842, a Igreja de São Sebastião do Castelo fora entregue aos cuidados dos frades capuchinhos. Essa igreja sobreviveu até 1922 quando foi demolida juntamente com o Morro do Castelo. Embora com isso o Rio de Janeiro tenha perdido uma das partes de sua história antiga, muitas coisas foram transferidas para a atual igreja da Tijuca.

A Igreja de São Sebastião dos Capuchinhos foi elevada a paróquia em 9 de janeiro de 1947 pelo Cardeal Arcebispo Dom Jaime de Barros Câmara.No dia 8 de junho, instalou-se a nova paróquia de São Sebastião do Antigo Castelo tendo como primeiro pároco o Frei Jacinto de Palazzolo. Foi dada novamente aos capuchinhos a guardiania das “Relíquias Históricas da Cidade do Rio de Janeiro.

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